em abril de 1979, estava eu no botequim do pai de meu chapa luiz carlos, na gamboa, quando adentrou ao estabelecimento uma rapeize sinistróide falando inglês com sotaque inglês… e com sede, muita sede. claro, o papo brotou de estalo. a tchurma estava ancorada na praça mauá, a bordo do possante HMS eskimo… papo vai papo vem, ficamos amigos íntimos e, no dia seguinte, fomos ao maraca testemunhar vasco 2 X 0 botafogo…
o animadinho acima é o dave que, de imediato, se afinou ao carioquismo. por conta da amizade instantânea, passamos muitas horas no pub (isso mesmo, no bar) do navio… a rapaziada ficava desorientadaça ao som da música deles: stones, purple, zeppelin & cia ltd… barra pesada, coisa pra profissional…
reparou que o popeye acima está pegando uma cerveja, atrás estão as garrafinhas de destilados e tem um abridor na mão do elemento? ou seja, sentiu que o cardápio em uso era dos mais completos, né?
no derradeiro dia deles na cidade de são sebá, enchemos o pote no “pub” e quando nos despedimos, ao pé da escada do eskimo, dave chegou pra mim e disse:
“maurição, aqui está o nosso presente para você. é uma retribuição a sua paixão pela música e por londres. por favor, só abra o pacote quando estiver bem longe daqui”
porra, pirei total… viajando no que estaria nas minhas mãos. desvendei a surpresa em plena avenida rio branco. era, simplesmente, a bandeira oficial do navio, a UNION JACK originalíssima, PQPARILLE, aloprei em escala máxima. tempos depois, dave exlicou que é uma mega ofensa alguém passar adiante tal símbolo, papo de guilhotina. hahaha. olha a fofura, clicada ontem, sob a luz do inverno tropical…
em 1980, quando fui para londres, procurei o dave e combinamos um encontro em clacton-on-sea, cidade onde ele estava estacionado. desembarquei na desértica e gélida estação de trem… e fiquei aguardando ser resgatado. até que, ao longe, avistei um mini cooper se aproximar com a bandeirinha do vasco tremulando na antena… PQParille, que emoção… a família abriu a casa, ofereceu um almoço espetacular e batemos perna pela costa inglesa…
durante um bom tempo trocamos cartas mas perdemos o fio da meada há muitos anos. imagina como está o filhote…
essa semana vou passar um pente fino lá no eskimo para conseguir notícias de meu “old friend”.
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