Governador Valladares é estranho mas estou calmo, contemplativo, relax como uma neguinha sarará miolo, como cantou Herbert Gilberto na beira daquele brejo imundo, cagado, mijado chamado Abaeté (FOTO). Mas, como disse, estou calmo como uma casa no campo, meus livros, meus discos, meus micos, Aizita Nascimento, Adele Fátima, bronhas, bronhas, bronhas, e nada mais como cantou Frank Zappa. Sentado aqui na beira da lagoa do Eteaba, zona rural do Mali, tocando bronhas seguidas e constantes, penso nas minhas origens. Preto como a noite no Egito (FOTO), Belford Roxo (FOTO) e Crepúsculo de Cubatão (FOTO), cercado de pretos como eu, leio num papel higiênico de cânhamo da grife By Gabeira, colado com porra no azuleijo de um banheiro que o governo do Mali aumentou a cota para brancos nas universidades, colégios, hospitais, puteiros, cassinos, bocas de fumo A cota agora é de 99,9% já que o último branco que passou por aqui foi Charles Darwin acometido de uma violenta caganeira que quase matou o pai da Teoria da Evolução que, ululando, gritando “London Calling”, rolou até o Congo onde foi estuprado por uma embaixatriz ninfomaníaca, viciada em cães labradores, raça preferida pelas zoófilas da África, Ásia, Oceania e Leblon. Como bem disse Euclides da Cunha “labrador na coleira, babando no calçadão, com certeza, trepou a tarde inteira com a proprietária da pensão”. Enigmático o velho Euclides.
Aqui, calmo, tendo que matar um ou outro (lobo come lobo em terras malinesas) cumpro meu dever. Como você soube, fui condenado há 20 dias de trabalhos comunitários no baixo Kraftwerk, bairro de segregados negros albinos expulsos de Bambaataa pela zoófila e rainha Latifah, avó de Shakira. Por quê? Bank assault, Gov. my Gov., minha especialidade. Só que entrei no banco e não havia dinheiro. Nem clientes. Nem guardas. Estava todo mundo (o dinheiro inclusive) dormindo embaixo de uma jaqueira por causa do calor filho da puta. Peguei minha arma, atirei pra cima e nada. Arma quente, calor, travou. Veio uma carrocinha de crianças e cachorros e me levou.
Sou obrigado a dar aulas na faculdade do Mali na cadeira de História do Mundo Imundo, onde 300 negros me chamam de “japa” porque perto deles a minha honrosa epiderme primata é amarela. Pobre, a faculdade não tem quadro negro (negro tem, mas giz não) Dei aula cuspindo na parede ou mijando minha torpe caligrafia tentando estabelecer o mínimo de comunicação com os alunos que, grunhindo, chamam aquela merda de pátria educadora.
Conto que o Brasil nasceu mesmo de um peido que D. João VI deu em 1808 quando Nestor Cerveró Primeiro, o temido Olho de Cu, murmurou no ouvido do rei: “Jonas, cagou geral. Napa (Napoleão) vai invadir essa porra (Portugal) e vai degolar todo mundo, começando por você. Destemperado, aguerrido, inflamado como um Eurico Miranda ainda mais pré-histórico (se é que é possível) Johnny Six Vaad vendeu sua rede de pombos-correio, duas rádios AM, 15 FMs, roubou uma caravela, encheu de puxa-sacos e se mandou. Na beira do Tejo, o povo olhava aquele espetáculo e dizia ” o escroto do Johnny vai a guerra”. Devendo até o rabo das filhas aos ingleses, Sexto foi acompanhado por uma minguada de frotilha de 476 navios da Rainha Camila Parker I para não dar o calote. Gov, nega do povo, nega aflita e indignada, começou o bacanal. Johnny Six Vaad chegou ao Rio e liberou geral. Foi quando…os escravos livres…inventaram o berimbau, na sequência a cuica e pra fechar a cagada, digo, o ímpeto cultural, defecaram o tamborim sob o olhar atento do antropólogo Haroldo Bosta Vianna I.
Vaad, rebatizado pelo chamado “islã mulato” de Çaad (com ç), decretou a suruba ampla geral e irrestrita. Inventou o Banco do Brasil para meter a mão, comprar galinhas e sair comendo pelas ruas. A corrupção era tanta que tinha preto vendendo preto, branco vendendo branco, canário vendendo peixe e até índio vendendo chinês. Era o Brasil.
Em minha concorrida aula, chorando copiosamente, encerrei: “A putaria continua. Mensalão, Petrolão, shopping no Congresso, aí vem golpe de estado, os milicos também roubam e esse iô iô chamado Brasil vai….vai…vai…”, posso falar? Os alunos gritaram UUURGHO!!!! (grito primal). Eu encerrei: “Vai parar na vulva e nos pariu”. Ummagumma Ferrare, Puta Educadora, Mali, Caxias, RJ. U.K