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RIO — O faturamento da boate Kiss, em Santa Maria, pode chegar a pelo menos R$ 3,24 milhões por ano. Estimativa feita a partir de entrevistas com produtores de eventos — que não querem se identificar — leva em consideração que, para um público de 1 mil pessoas, com o preço do ingresso a R$ 15 (como no dia da tragédia) e consumo médio de outros R$ 15 no bar, o ganho por noite seria de R$ 22.500. Com uma média de três festas por semana, seriam 12 eventos por mês, com um ganho mensal que chega R$ 270 mil, ou R$ 3,24 milhões no ano.

Além disso, a estimativa de quem trabalha na noite é que o consumo médio por pessoa corresponda a pelo menos 100% do valor que ela desembolsou pelo ingresso. Nesse caso, seriam R$ 15 para o ingresso e mais R$ 15 para o consumo de bebidas. Há quem considere esse cálculo conservador. Por se tratar de uma cidade universitária e os frequentadores serem muito jovens, o valor tende a estar próximo da realidade.

— O esquema é bem variado, mas na maioria das festas a bilheteria é dividida entre o produtor e a boate — disse o produtor de uma festa renomada no Rio.

O que é padrão entre as casas noturnas, no entanto, é o fato de que todo o lucro dos bancos fica com as boates.

— Nenhuma casa divide bilheteria com quem produz festa. E o faturamento do bar é alto — disse outro produtor.

No caso da festa Agromerados, realizada no último sábado à noite, relatos no Facebook apontam que o dinheiro arrecadado com a venda de ingressos seria direcionado aos estudantes e suas festas de formatura. Apenas os ingressos vendidos no dia da festa, na bilheteria da Kiss, seriam revertidos para os donos da boate.

Mas caberia à boate, por exemplo, a contratação das bandas Gurizada Fandangueira e Pimenta e seus Comparsas. Estimativa feita por um produtor da própria cidade de Santa Maria é que o cachê de cada uma das bandas fosse de cerca de R$ 1.500.