nathalie, a irmãzinha e o grito primal…

“Olha, Mauval,
tô pra te mandar uma foto há tempos, de uma pintura da minha irmã que tava perdida aqui. Acabei achando esses dias e lembrei de te mostrar.
É o seguinte, nessa quarentena, ali pelos primeiros meses, eu ficava me desdobrando, inventando formas pra não deixar uma criança entediada, rs
E ela tinha muito “tempo livre”, visto que não estava estudando (em casa), então dividimos uns bons momentos juntas.
Apresentei um tanto de música pra ela, que tem gostado cada vez mais das guitarras… daí, ela já quis montar uma banda, outro dia gravou um vídeo “experimental” tirando um som da sua guitarrinha de plástico. Incrível!
A pequena só tem 6 anos e faz cada comentário musical, que desbanca uma galera por aí. haha eu fico besta com as coisas que ela fala.
A tripinha é o futuro, Mauricio!

E num desses dias, de passar o tempo fazendo desenhos e pinturas, eu que tava ouvindo bastante o Primal Scream, mostrei pra ela a capa do Screamadelica e a propus uma releitura… e ela fez (“o solzinho”, rs)
Segue a foto, pra alegrar esse seu dia.

beijos,”
Nathalie

nasceu hoje (ou mais uma música pra Ela)…

scarlet

Released on: 2020-07-22 Producer: Jimmy Miller Associated Performer, Drums: Bruce Rowlands Associated Performer, Piano: Ian Stewart Associated Performer, Guitar: Jimmy Page Associated Performer, Bass (vocal): Rick Grech Associated Performer, Guitar: Keith Richards Associated Performer, Acoustic Guitar, Vocals: Mick Jager Studio Personnel, Engineer: Howard Kilgour Studio Personnel, Engineer: Rod Thear Composer Lyricist: Mick Jagger Composer Lyricist: Keith Richards

judy & emitt…

dois tombos fortes, nas últimas horas, pra quem gosta do fairport convention… principalmente, do disco de estréia que começa com a música acima de autoria de emitt rhodes e tem judy dyble como vocalista (antes de sandy denny)… sad sad sad!

1968, pretty much the first incarnation of one of my favourite ‘folk-rock’ (sic) bands of all time (at this stage of their career they were known as the British Jefferson Airplane), featuring Judy Dyble (replaced the next year by Sandy Denny) and Iain Matthews (Ian Matthews)(who later scored a #1 hit with Joni Mitchell’s ‘Woodstock’ as Matthews Southern Comfort) on vocals, and the world famous singer/songwriter/guitarist Richard Thompson, as well as Tyger Hutchings, Simon Nicol and Martin Lamble, who sadly died on 12th May 1969, aged only 19, after Fairport’s van crashed on the M1 motorway. Richard Thompson’s girlfriend Jeannie Franklyn was killed too, the rest of the band escaped with minor injuries. Written by Emitt Rhodes. From the bands first album ‘Fairport Convention’ featuring Ian MacDonald (later known as Ian Matthews), Richard Thompson, Judy Dyble, Simon Nicol, Tyger (Ashley) Hutchings and Martin Lamble. Clare Lowther also featured on ‘cello.

peça original danificada…

(janeiro1979)

# A cidade submersa que o Chico cantou – ela agora é real #

Nada é pra já, mas um restaurante fecha hoje, um botequim amanhã, e vai se formando aos poucos a cidade submersa de que falava a música de Chico Buarque, aquele Rio de Janeiro em que os escafandristas do futuro mergulharão na busca dos vestígios de uma civilização naufragada. Para que tal não se assuceda, urgem cestas básicas para orfanatos, álcool gel para comunidades ou, como faço agora, boas doses do mais fervoroso paganismo carioca.

É preciso erguer os copos da solidariedade e pagar uma rodada de gim tônica na Casa Villarino, no Castelo, o barco à deriva que na semana passada mandou à cidade uma garrafa com mensagem de socorro. A Zona Sul, com seus charmes e mitos, nasceu naquela mesa ao fundo do salão. Foi onde Tom Jobim conheceu Vinicius, depois abriu a tampa do piano para receber os versos do poeta e juntos, sol, sal, sul, som suave, redesenharam a cidade sofisticada que passamos a amar.

O Rio de Janeiro já foi destruído muitas vezes, e o próprio Villarino está sobre os tesouros jesuítas do Castelo, o morro derrubado justo para evitar pandemias. Surgirão muitas encarnações ainda, como houve a das livrarias da Rua do Ouvidor e dos sambas na Festa da Penha – mas é triste quando a cidade que submerge é aquela que a gente conhece e se sente feliz.

Por isso, na esperança de que muitos façam o mesmo, eu peço, e desde já deixo gurja gorda, uma rodada de salada de batata com kassler ao Bar Luiz – e assim faço tilintar a máquina registradora, a mais linda música a se tocar neste momento no restaurante. O alemão da Rua da Carioca sobreviveu aos ataques dos estudantes antinazistas na guerra e agora balança dramático com a versão 2.0 de genocídio pelo vírus. O que era charme, a arquitetura sem janelas para impedir a rua de lhe bisbilhotar o interior, agora é maldição – e no início do mês lá se foi, também sem janelas, o Mosteiro, um cardápio fundamental para explicar a construção do espírito da cidade.

A história do Rio de Janeiro é um sublime palimpsesto onde um incêndio apaga a boate Vogue, mas logo na quadra seguinte alguém acende as luzes do Sacha’s – e, camada sobre camada, tudo se reinventa pela criatividade intrínseca ao DNA malandro-agulha da cidade. Acontecerá outras tantas vezes. Mas o que eu quero hoje é que o Rio Minho, também ameaçado, perdure na Praça XV e sua sopa Leão Veloso (estou pedindo duas) esquente muitos invernos de nossa apavorada existência. Se um dia ele tiver de ir que não seja agora, nesta mesma temporada em que o Navegador, há 45 anos ancorado no porto seguro da Rio Branco, deixou de se lançar ao mar com os doces alhos de seus cabritos.

É uma tragédia ainda não encerrada, a rapidez com que uma cidade inteira de referências históricas está se pondo submersa. Reina o medo de, finda a pandemia, com tantas perdas, o carioca sair às ruas e desconhecê-las. No passado já se chorou a demolição do Palácio Monroe, o fim da geral do Maracanã, o desmonte do Morro de Santo Antônio. Teme-se agora perder a fina baixa gastronomia da empada de camarão do Salete, de igual relevância para nos explicar. Uma cidade se faz do conjunto de seus símbolos. Não é um cardápio, é um discurso de civilização. Não é uma empada, é o Pão de Açúcar sobre a mesa. A propósito, garçom, me traz uma dúzia.

Joaquim Ferreira dos Santos

DAQUI

um ano de barKino, “hoje” (ou “blackhill” direto de londres)…

pressão máxima no turbo com a primeira velinha do barKino, “hoje”… como bem explica, adiante, seu criador/apresentador/produtor/curador/co-curador/pai, pedro “blackhill”.

e ainda passa uma teorizada fuerte sobre o mundinho “eu tiro onda” que nos cerca.

CONGRATS!

“ô MV!

hoje o BarKino completa um ano! (na verdade, é na quarta, começou em 22/7, maaas, como é quinzenal, tá perto o bastante, haha)

será um especial com o Diego Medina, com um papo gravado com ele em Porto Alegre no começo do ano – é a última das sessões que tenho gravadas no Brasil quando passei por aí

na verdade nem pensei nessa edição como um programa celebrando esse primeiro ano, mas menciono no começo e no final, pra não deixar passar em branco
e sendo com o Diego não tem como não ser uma grande celebração – grande mestre genial da crocância universal.

essa sessão com o Diego será a 18ª do programa, com papo + músicas,
quero ver se monto uma compilação com as 15 primeiras sessões, com uma música de cada.
para o programa seguinte espero começar uma série de covers inéditos – tenho pedido a uma galera que curto pra gravar algum cover de música brasileira – de qualquer época, só precisa ser brasileira, e ainda mixes de 30min de selos independentes brasileiros enviados pelos próprios

aqui o rádio é super presente, tem uma força gigante, e dá para ver como todo o sistema funciona em conjunto – as estações de rádio, os selos de discos, as casas de shows, as publicações, os sites, tudo se alimenta e faz o outro acontecer.
tem uma coisa que me incomoda um tanto, e me tira a pilha de ouvir muitos dos programas (que já não ouço, haha!), que é aquela onda de ficar tirando foto com LPs, com estantes cheias de discos e plantas e felinos e canecas de café/chá e torradas com abacates (abacates não, avocados!), uma onda de ser o diferentão fazendo o mesmo que todos os outros, e um tesão fetichista e limitante por vinil
por favor, Mauricio, chame minha atenção se algum dia você me ver em alguma foto assim que não seja para obscuros fins comerciais! entendo e respeito muito o que o dejota representa, e essa onda parece tentar inverter a real importância da parada – que é a música, é sobre a música! entendo também que role esse jogo, essa coisa de se vender, de precisar trabalhar, mas sempre tive muita dificuldade para associar dinheiro com prazer, e não consigo compreender muito que a confecção de um programa, por melhor que seja a música, acabe numa foto de Doriana.

é isso, MV!
BarKino vai ao ar hoje, as 18h00 daí (10pm aqui no Reinunido), AQUI

muito obrigado pelo RoNca e além!

cheers!”

Pedro “Blackhill”