por falar em fogão campeão…

imperdível… leNda!

séculos atrás, imperial foi o convidado especial num dos programas de futebol (ao vivo) que existiam na TV carioca, domingo de manhã.

como o programa era muito popular (popular mesmo), a bagaça começava com os representantes das torcidas dos clubes e suas pautas respectivas. ou seja, o banguense, tricolor, botafoguense, americano, vascaíno e flamenguista levantavam os mais diversos assuntos.

pois bem, o listradinho desceu a mamona no botafogo… arrebentou com o glorioso, esculachou.

depois da rodada com os torcedores, chegou a hora do imperial ser apresentado e a ele foi dada a palavra… que foi mais ou menos assim:

– muito obrigado pelo convite. mas antes de qualquer coisa, quero dizer que se aquele flamenguista falar mais alguma coisa do botafogo, vou levantar e meter a mão na cara dele. mas bem, o fogão tem um jogo difícil…

ronca.tico

LQ em 7″…

LQ

Discos Além e Assustado Discos apresentam o compacto em vinil 7”

 LITTLE QUAIL AND THE MAD BIRDS

 Vinte anos atrás, a banda brasiliense Little Quail and the Mad Birds começava a preparar o repertório do que seria seu segundo álbum, sucessor do incrível Lírou Quêiol en de Méd Bãrds – lançado (em LP, CD e cassete) em 1994 pelo selo Banguela Records (ligado à Warner Music), empreitada capitaneada pelo produtor Carlos Eduardo Miranda e pelos Titãs e responsável por pérolas como os primeiros discos de Raimundos (Raimundos), Mundo Livre S/A (Samba esquema noise) e Graforréia Xilarmônica (Coisa de louco II).

A primeira vez que você me beijou, segundo álbum do Little Quail, foi lançado em 1996 pela Virgin/EMI e consegue rivalizar com seu antecessor pela potência, originalidade, vigor e irreverência presentes na profusão de hits que saltam do CD. Os primeiros passos para esse disco começaram, claro, dentro do estúdio de ensaio. E foi no estúdio Beethoven onde o Little Quail ensaiou e gravou a primeira demo do que seria o segundo álbum do trio. Ao contrário dos famosos cassetes lançados antes do disco de estreia da banda, que circularam o Brasil, a demo do segundo disco não foi comercializada. A ideia era apenas registrar as novas composições, usá-las como pré-produção para A primeira vez – que foi gravado no Rio de Janeiro com produção do saudoso Tom Capone.

E foi numa manhã de 1995 que o guitarrista Gabriel Thomaz (futuro Autoramas), o baterista Bacalhau (futuro Rumbora e Ultraje a Rigor) e o baixista Alf (futuro Rumbora, Raimundos e Supergalo), substituindo o titular Zé Ovo, que não estava em Brasília na ocasião, gravaram em fita quatro músicas: A alegria está contagiando o meu coraçãoProblem girlMau-mau e Elvis não. Completa o registro uma vinheta de seis segundos de duração chamada A.

É justamente esse material que a parceria firmada entre os selos Discos Além, de Brasília, e Assustados Discos, de Recife, lança, duas décadas depois, em um glorioso compacto de vinil de sete polegadas. A gravação é garageira, furiosa e divertida, enfim, o Little Quail capturado no auge de maneira visceral. A masterização do áudio ficou a cargo do competente Iuri Freiberger. A capa do disquinho utiliza imagens de um guia de Brasília feito nos primeiros anos da nova capital, presente que Gabriel ganhou do avô. O design é cortesia de Paulo Rocker, baixista dos Gramofocas, banda brasiliense discípula do espirito Little Quail.

A tiragem do compacto é de apenas 300 exemplares. Ou seja, já é item de coleção. Garanta o seu antes que esgote – e seja testemunha auditiva do poder de fogo de uma das melhores bandas brasileiras dos anos 90.

Ouça aqui.

Preço: R$ 30 + frete

Contato: assustadodiscos@gmail.com

diz pra gente, fred…

ronca.mic

É famosa a crônica de Clarice Lispector dedicada à morte do bandido Mineirinho. Escrita em 1962 para revista “Senhor”, ela narra o horror pelos treze tiros que a polícia disparou contra o malfeitor mais perseguido da cidade até então. Mais famosa ainda é uma de suas frases finais, referente à ultima bala que acerta o bandido: “O décimo terceiro tiro me assassina — porque eu sou o outro”. Há 43 anos, Clarice nos mostrava que, em uma ideia torta de justiça, quando morre um bandido, morre também um pedaço da sociedade. E o que dizer quando quem morre com balas na testa são crianças?

“Porque eu sou o outro”. Até onde conseguimos ter empatia por aquele que se tornou o bode expiatório da nossa falência comunitária? Esse movimento da escritora é fundamental para sabermos como lidar com o sentimento de derrota social que vivemos. A bala que atravessou Clarice e hoje atravessa crianças como Eduardo de Jesus talvez não atravesse a maioria de uma população que já repete de forma automática a lógica vingativa da justiça como um dispositivo de encarceramento e extermínio. Escrever que o outro à margem é também parte de todos nós pode suscitar mais ódio em leitores que viveram a dor da perda de um ente querido através de criminosos. Mesmo que uma adversativa nesse caso seja inaceitável para eles, é fundamental lembrar que a Justiça existe para que a vingança e o assassinato premeditado não sejam a regra social e nem uma política de Estado.

Colocar em xeque a atual ação da polícia no Complexo do Alemão e nas demais ações que tiveram por consequência a morte de crianças e inocentes não é atacar gratuitamente a política de segurança do governo (mesmo com equívocos claros), nem defender criminosos homicidas. É apenas dizer que não podemos associar automaticamente a vida de pessoas pobres (crianças e adultos) a um destino incerto por estarem próximos dos espaços em que a criminalidade viceja nas brechas de governos omissos com seus direitos básicos. Pois a questão que devasta os que “são o outro” é a constância cirúrgica do extermínio. Toneladas de papéis e tintas já foram gastas para falar das banalidades do mal, da morte, da arma ou do ódio em nossa sociedade e, mesmo assim, sabemos que a resposta à violência criminal por parte do Estado e de boa parte da sociedade será sempre mais violência.

Em números absurdos apresentados na segunda-feira em uma matéria deste jornal, 70 vidas de crianças e jovens foram ceifadas pela ação da Polícia Militar carioca apenas nos últimos quatro anos. Isso, levando em conta apenas dados oficiais. Sabemos que os dados oficiosos podem ser bem maiores. Criamos uma máquina de guerra implacável de extermínio do futuro. Uma máquina que atravessa todos os pontos da vida, naturalizando a desigualdade social e seus corolários assassinos. Jovens são mortos no ponto de ônibus, saindo da faculdade, por conta de mochilas ou celulares. Crianças são mortas em becos de favelas, apenas por estarem ali em meio a uma guerra que não é delas.

E nada vai mudar. Porque a maioria da sociedade acredita que proteger os seus é aumentar a força da violência, é afastar ainda mais os que não são parte da sua perspectiva de mundo. Essa naturalização da desigualdade social é o que há de mais perverso. Ela gera pena, desprezo e conformismo. É assim porque é assim. Morreu porque estava em um lugar perigoso. É pobre porque não estudou. Como se a vida em um país como o nosso fosse apenas fruto de escolhas racionais, e não de determinismos históricos. Sabemos que um jovem pobre e negro no Rio de Janeiro simplesmente já carrega, da certidão de nascimento até o seu obituário, a desconfiança de seu passado, a certeza dúbia do seu presente e, por consequência, o desprezo pelo seu futuro.

Eis aí o fato que se torna incontornável no atual debate sobre a Maioridade Penal. Você só pode pensar em encarcerar como um adulto o jovem menor e criminoso quando você olha para a sociedade com a lente obtusa do acontecimento. Diminuímos a idade prisional porque a exceção tem que virar regra. Prender um jovem em cadeias de adultos pode surgir como solução do problema ao aplacar a dor dos que perderam alguém e saciar um senso difuso de justiça contra tudo e todos. Mas não resolve a produção fordista de jovens aptos ao crime. Como não olhar para isso, por mais que se respeite a dor dos que são destruídos por esses crimes, e não ver que os verdadeiros criminosos somos nós, que os abandonamos à sorte de um mundo-moedor-de-carnes, em um país cuja lógica acumuladora só incita vontade de posse e de compra?

A bala que matou Eduardo de Jesus atravessa todos que pensam a vida como um direito. Se fosse viva, Clarice teria morrido não no último, mas no primeiro tiro que matou o menino do Alemão.

Fred Coelho

(o globo, hoje)

a bula do #122 & o briNde…

122

benjamin booker – “chippewa”

benjamin booker – “wicked water”

os brazões – “gotham city”

john mclaughlin – “marbles”

al green – “oh, pretty woman”

jonas sá – “8 bit”

bo diddley – “bite you”

valerie june – “wanna be on your mind”

andy fraser – “ain’t gonna worry”

andy.fraser.band

tom waits – “ol’ 55”

jerry harrison – “rev it up”

jerry harrison – “song of angels”

jerry1

jerry2

miraculous mule – “in my time of dying”

john renbourn – “shake shake mama”

john renbourn – “john donne song” (ao vivo)

toni platão – “i never cry” (inédita, estará no próximo disco de TP)

valerie june – “on my way”

cocteau twins – “shallow than halo”

e a terra nunca me pareceu tão distante – “todo corpo tem um pouco de prisão”

the grubby mitts – “to a friend’s house”

free_radio

weapon_tico

pra fechar a temporada ronquística de marcelo “caipirinha”,

nada melhor que um briNde com madame caipirinha registrado pela xeretinha…

caipirex

cheers

( :

#122, brasa total, hoje, às 22h, aqui mesmo…

122

o #122 chegará lotado de novidades, bolinho de isopor, lançamento mundial…

shogun arretado com sebastião salgado, caipirinha se despedindo +

al green, valerie june, cocteau twins, os brazões, benjamin booker, EATNMPTD,

jerry harrison, bo diddley, the grubby mitts, jonas sá… & o diabo A4.

basta mergulhar aqui no poleiro (roncaronca.com.br) e aguardar pela jaNelinha com o áudio, às 22h.

tranquilex!

aTRIPA…

Assunto: mano brown & adoniran
“mauvall,

estou indignado, como muitos, com a prisão de mano brown, ao que tudo indica, em condições completamente ilegais.
aécio neves foi parado, ao que tudo indica alcoolizado, com a carteira vencida, em blitz e liberado, há alguns anos, no leblon. mano brown é parado sem nada que o comprometesse a não ser a documentação vencida, e é quase espancado, na periferia de sp.
quinta passada testemunhei a PM fazer uma abordagem racista a dois rapazes negros que esperavam o ônibus no mesmo ponto em que eu estava. não faziam nada demais, a não ser serem negros. eram trabalhadores, e o teatro da “mão na cabeça” com arma apontada no meio da multidão fez com que eles perdessem a condução e chegassem atrasados no trabalho.
sei lá, mauvall, desculpe o desabafo nada a ver, mas isso tudo tá uma merda, estou muito puto, me sinto sufocado e esse país tá ficando sádico.
toca “abrigo de vagabundo” do adoniran no ronca, quando puder. e uma do racionais.
abração mooquense”
andré rosa (SP)
+
luiz mandou pra gente…
.
cel

negativos & positivos (173) [zampa,mosquito & marcel]…

esse negócio de meter a pá lá no fundo dos negativos & positivos traz “novidades” inoxidáveis.

numa dessas escavações, cruzei com duas das maiores lendas que tive o prazer de trocar de figurinhas ao longo de décadas… duas peças que deixaram muito cedo seus respectivos quadrados e que jamais tivemos como ocupar o buracaço da sodade… da ausência.

marcus zamponi foi um dos sujeitos mais engraçados que conheci.

correspondente da revista auto esporte, em londres, zampa será sempre lembrado como o maior colecionador de causos absurdos/cabriocáricos/psicodélicos…

zampa.tico

reparou a camiseta da peça? bun da mole!

olho essa fotoca e lembro de graham bond… a desorientação era a mesma.

recentemente, encontrei uma carta dele que poderia ser, tranquilmente, o roteiro de um longa.

no mesmo dia deste click, na mesma cadeira, foi registrada outra LENDA da minha vidinha…

mosquito.tico

PQParille…MOSQUITO, um dos maiores monumentos que já pisaram a crosta terrestre!

botafoguense sinistróide, mega fissuradaço em sons, sósia de phil lynott, alma gêmea de bowie.

well, well, well… além da cadeira, também aparecem nas duas imagens:

uma camistea listrada à direita, um calendário à esquerda e um poster acima dos dois, procede?

ele…

marcel.tico

quando entrei, pela primeira vez, na casa de zampa e bati o olho nesse artefato, xonei no ato.

revirei londres de cabeça pra baixo e nada de aparecer um outro, igual.

conclusão, arrancar da parede a masterpiece de marcel marceau… quer dizer, do zampa.

hahaha… foi preciso muuuuita saliva para que ele – sempre gentil, doce e amigo – doasse a obra.

mais de quarenta anos se passaram… e, até hoje, mergulhar em tudo o que esse poster representa

ilumina os meus dias, diariamente, todos os segundos, com todos os sons ecoando ao redor…

marcel

e quanto mais cacarecado Ele fica… mais lindo é.

zampa & mosquito forévis!

( :

zamponi & mosquito  /  londres  /  janeiro1974