aí aí aí aí aí aí aí aí aí aí…

ano passado, cheguei pra toni platão e mandei:

– rapá, você que é uma lenda da crônica esportiva (TV, web, rádio e jornal) deve prestar atenção num jeitinho

de se comunicar que acho foi “inventado” pelo nosso ex-colega alex escobar (ele passou pela oi fm como mediador do rock bola)

toni:

– ôpa, qual é a parada?

– já reparou na quantidade de “aís” que o escobar usa nas participações dele na vênus?

– já me falaram disso

– o pior é que essa bagaça já está alastrada, brutalmente, por 98% dos narradores, comentaristas, analistas & o diabo A4!

cheguei em casa (são 16:25) e liguei a TV pra conferir fluminense X atlético paranaense.

na primeira frase proferida, o ex-colega falou quatro “aís”, numa frase de pouquíssimas palavras.

na boa, é pura mágica linguística!

seguem alguns exemplos ditos quase que em seguida, ainda agora aí:

– atleta revelado aí pelo atlético paranaense

– participando ativamente aí de nossa transmissão

– aí o henrique com a bola

– aí vai tocando a bola

– o everton tem aí a posse de bola

– levou aí vantagem

– que joga aí bem com as duas

– você vê aí o árbitro

– pra bater aí de pé trocado

– aumentar o marcador aí

– quem serão aí os dançarinos no faustão

– ótimo reforço aí do fluminense

badalando…

Sininho, amarga Sininho (FOTO), minha nega quase eterna. A culpa é minha. Se você se tornou uma estapeadora de seres humanos, uma terrorista, uma estagiária da Al Qaeda a culpa é minha. Antes de você tacar fogo em sua primeira penteadeira você me ligou enviou 119 vezes um SMS clamando “Ferro, meu Ferro, Ferrare, vem esmerilhar a sua bacurinha. Se não vier não sei do que sou capaz de fazer (choro compulsivo)”. E foi assim, imbuída de grave percepção política e movida pela fusão de massa mal comida com o chamado grelo seco você virou terrorista. Tacou fogo na penteadeira e saiu por aí matando. Sino, meu bambuzinho, como esquecer o sua gritaria (“bota, Peter Pan!!! Bota tudo, Peter Pan!!! Agora toca Raul!!!”). Nossa relação era mais profunda do que língua de tamanduá-bandeira caçando saúvas no monte Roraima. Você, tarada, doida, linda, botava o coquetel molotov na boca e pou! pou! pou! no meu mastro. Mastro mole, arriado, temeroso, mas fazer o que? Nunca apanhei tanto de uma mulher, minha Sininho. Suas trepadas eram ideológicas, e volta e meia, gozando, você gemia “o povo, unido, jamais será vencido” e chuááááá, aquela correnteza de orgasmo inundava a tábua de passar roupa cheia de pregos onde você gostava de me copular. Sininho, um dia, fazendo os curativos depois de mais uma noitada de amor contigo, eu pus um vinil de Pepino de Capri e pensei “essa porra não pode viver sem glande. Se um dia faltar o cabeçudo, não sei o que ela será capaz de fazer”. Pensei, arrumei as malas e fui para Serra Leon (Africa, UK) me envolver com o carregamento de diamantes. Sem vara, com fome, sede e frio, você começou a incendiar ônibus, vans, agências bancárias. Louca de tesão ideológico e anarquista se juntou aos Bate Bags, vulgo black blocs, e jogou nas ruas do Brasil todo o seu tesão enrustido e, provavelmente, o seu ódio por mim. Sim, eu deixei os seus grandes lábios fumando uma morra enquanto me aventurava em querer ganhar a vida fácil em Africa Bambatta. Você virou uma marginal, uma vagabunda, uma escrota, e acabaram te pegando sentada no bidê com uma gambá. Te jogaram em Bangu I e hoje, olhando para as pétalas de um pé de grelo que nasce aqui perto, sinto que criei um monstro. Sem ter com quem compartilhar as suas taras (lembra que você chegou a lixar as minhas costas com lixa naval e depois tacou soda cáustica?) a minha Sininho virou uma baderneira de merda e, em breve, pelo que conheço de seu guloso ego, vai se candidatar a deputada. Antes, vai posar nuinha pras bronha’s magazines! E eu? Sei lá, minha nega. Sei lá. Fico aqui, ouvindo minhas caraminholas, saindo na mão…sei lá. Ligo pro Caetano ou vou assistir a um show de Mulato Veloso? Ummagumma Ferrare.

marquee+

isso é que é se divertir num palco, hein?

( :

detalhe: o marquee começou no início dos anos 60 em oxford street… em 1968, se mudou para wardour street (soho) onde teve sua fase áurea… em 1988, já agonizando, foi para convent garden… onde foi, definitivamente, enterrado.

o local original em wardour street virou um restaurante!

o primeiro palco tinha o formato de uma tenda de circo. inúmeras imagens de hendrix, cream, who, stones foram registradas com esse visual. na segunda versão do marquee, o palco tinha umas listras… e na seguinte, no início dos 70, foi colocado o logotipo da casa no fundo do palco!

a fase convent garden tem uma única importância: os paralamas tocaram lá e serico foi expulso da casa após levar um “bumbo” da balconista… claro, tudo na mesma noite… mamãe!

negativos & positivos (85) [marquee club]…

a maioria dos que aqui passam, certamente, já ouviu falar do marquee club!

também pudera, no diminuto palco de wardour street (1964-1988) algumas das maiores bandas planetárias iniciaram

suas Histórias: the who, led zeppelin, the jimi hendrix experience e the rolling stones só para lembrar de quatro!

cravado no coração de londres, o marquee abriu espaço para centenas de novos artistas como joy division, XTC, elton john, the jam, the yardbirds, pink floyd, david bowie, sex pistols, genesis, generation X, moody blues, police, wire,  jethro tull, the damned, yes…

a capacidade da casa era por volta de 500 pessoas… mas, em algumas ocasiões, chegou ao dobro…

como nas apresentações de hendrix quando a temperatura infernal não deixou a afinação da guitarra ficar em paz!

enfim, mesmo não tendo um site como mereceria, não faltam informações sobre o marquee.

mas voltando ao nosso terreiro…

ontem, acredite, sonhei com o marquee!

HAHAHAHAHAHA… PQParille!

sonhei com os shows que vi, com as pessoas que encontrei, com os momentos totalmente chamberlain,

com as filas sob temperaturas glaciais… enfim, sonhei que estava no paraíso junto com a xeretinha…

todas as fotos foram clicadas em 1973/1975 com péssimas condições de luz e mãos “trêmulas”…

jan akkerman (focus), no meio, jamming com o spencer davis group:

sutherland brothers & quiver (autores de “sailing”, hit com rod stewart):

MEGA baixista glenn cornick (ex-jethro tull) com o wild turkey:

em alguns shows, tinha dura em quem estava com máquina fotográfica… cheguei a me separar da xerê em poucas ocasiões… portanto, quando eu não queria passar pelo perrengue, elazinha ficava mimindo!

o marquee era um dos raros locais onde você não precisava saber quem estava tocando para ser feliz.

não havia chance de uma porcaria subir ao palco… e mesmo que essa possibilidade rolasse, o dejóta da casa

valia pelas libras desembolsadas e a cerveja, jamais, decepcionou!

dá uma entrada aqui pra assuntar, ano a ano, quem esteve lá!

claro, tirando o fato daquele ar ser respirado… de imaginar hendrix, ombro a ombro, no corredor apertado…

do zep lançando “whole lotta love”… delirante… sonho! UAU!

entre as inutilidades que guardo, posso afirmar que essa camiseta – devidamente emoldurada – está entre as

mais inoxidáveis:

wet dream!

( :

“The reason I liked The Marquee the most was because it was scruffy and it had no air-conditioning whatsoever and it was a hellhole and your feet stuck to the carpet and that’s exactly what arock’n’rollclub should be like.”

Lemmy (Motorhead)