negativos & positivos (16) [especial – the who, 40 anos]…

reparou na data bem no meio do ingresso?

pois é, hoje, damos de cara com exatos quarenta anos em que vi o the who (completaço) lançando o álbum “quadrophenia”, em paris!

muuuuuita emoção!

já disse um quatrilhão de vezes que tenho sodade apenas das pessoas que não estão mais comigo…

ok, tá bom, e do vasco de 97!

ter tido a chance/sorte de presenciar um dos shows mais extraordinários/devastadores que já passaram sobre

a face da terra não é absolutamente nada comparado à experiência de contar com meu primo roberto ao lado.

com a chegada do scanner de negativos, resgatei fotografias que tirei nesse dia e que há muito tempo estavam “esquecidas”.

e mais, consegui apreciá-las muito melhor que em seus gloriosos dias de meros slides… projetados na parede!

o tico de hoje vai ser longo, a data merece… tá preparado?

em 2003, aqui no poleiro, escrevi sobre minhas lembranças desse 10fevereiro1974.

com as frequentes mudanças tecnológicas, as letrinhas desapareceram da web… mas foram recuperadas, recentemente, pel’aTRIPA.

no que o texto reapareceu, e postado de novo, MAM (o michelangelo do roNca) tratou de criar uma história em quadrinhos

ilustrando a saga parisiense para ver o the who.

cheguei a colocar alguns desenhos dele aqui no tico, lembra?

pois bem, para celebrar essas quatro décadas, começo com o texto de 2003 + algumas fotos (totalmente inéditas) captadas pela xeretinha e a “capela sistina” (para mim) realizada pelo MAM, um dos maiores fissurrados em the who on earth!

beleza?

boa viagem…

– no dia 6 de fevereiro, roberto (meu primo) e eu partimos de londres para paris.
de cara, fomos para o louvre. quando estávamos numa daquelas galerias enormes e, surpreendentemente, vazia, ouvimos um grito vindo das profundezas do museu e que reverberou pelas paredes de mármore – CARALHO!!!
quando olhamos para nos certificarmos da maluquice, avistamos um sujeito correndo em nossa direção prestes a bater o recorde dos 200 metros rasos. era um paulista que conhecíamos de londres e que, coincidentemente, estava em paris. o cara chegou esbaforido e balbuciou –
“puta que pariu, o who toca daqui a quatro dias em paris, fodeu… vamos comprar os ingressos agora”
ele que já vinha no pique foi só seguir o embalo, eu e roberto engrenamos numa correria para o local onde o pariscope indicava como venda dos tickets. chegamos rapidinho, encaramos uma filinha, compramos os ingressos e nunca mais voltamos ao louvre!!!
o who estava lançando o álbum quadrophenia. o disco que mais eu ouvia quando deixei o rio.
sabe lá o que é isso? estar em paris e, sem esperar, ser atropelado pelo THE WHO com keith moon!!!
circulamos pela cidade por 96 horas até o momento decisivo, como diria cartier bresson.
até que chegou a hora H. o show estava marcado para as 5 da tarde. ao meio dia já estávamos com tudo pronto para seguirmos para o parc des expositions. um local gigantesco, tipo um rio centro.
fomos de metrô que mais parecia um comboio de alucinados rumo ao paraíso. o que era a pura verdade.
ao chegarmos no rio centro deles, encontramos uma multidão de franceses, ingleses, espanhóis, turcos, paquetenses…
“cacete, vamos entrar logo nessa merda”. um de nós gritou e os outros dois foram atrás.
gente pra todos os lados. nas roletas, era um sufoco da porra. e eu pensando:
“isso aqui é pinto perto do maracanã”. mas a coisa tava preta.
assim que entramos, mais uma surpresa – o palco estava a uma distância similar a do leme ao posto 6!!!
ou seja, existia a praia de copacabana inteira entre nós e townshend, moon, daltrey e entwistle.
fomos nos aproximando e encaramos uma parede humana imóvel a quilometros de onde queríamos ficar.
peraí, o que está acontecendo? fui me metendo por entre a “francesada” até perceber o motivo do muro.
que era o seguinte – os que chegaram mais cedo, ao invés de ficarem em pé, se deitavam como se estivessem num camping. resultado? toda a área em frente ao palco até a torre de iluminação foi ocupada pelos folgados.
e o pior, NINGUÉM entrava nesse espaço. NINGUÉM! impressionante!
fizemos uma reunião de cúpula e resolvemos – “porra o de gaulle que se foda, luiz XV que se foda, o louvre que se exploda, a torre eiffel que desabe… VAMO INVADIR ESSA MERDA… VASCÔÔÔÔ…” e invadimos!
imagina a cena – milhares de pessoas refasteladas com comidinhas, lendo filosofia, namorando, dormindo, bebendo vinho… de repente três alucinados começam a pisotear o french pic nic!!!
roberto e eu fomos na frente. conforme íamos atravessando o campo “minado”, era porrada de todos os lados que a gente tomava. olhei pra trás e vi o paulista (não me lembro o nome dele. uma pena) sendo “expulso” e voltando lá pro ponto inicial da travessia.
vou contar uma coisa, nunca passei por uma situação tão casca grossa.
simplesmente era todo o parc des exposition olhando para os dois malucos – eu e roberto.
e a gente não parava. era porrada em cima de porrada, cusparada, palavrão em todas as línguas… e a gente não parava. tínhamos como objetivo um ponto bem em frente ao “santuário” (o palco).
finalmente chegamos onde queríamos ficar. imagina de novo – nós dois em pé no meio de um monte de gente rosnando. virei pro roberto e falei
– “cara, chegamos até aqui. agora, vamos arrumar uma porradaria e no que vagar um pedacinho de chão a gente se senta e liga o foda-se”.
no meio dessa aventura fiquei me recordando das histórias que meu pai contava sobre a final da copa de 50 no maracanã. ele dizia que muitos de seus amigos se jogavam do alto da arquibancada e desciam por cima
das cabeças das pessoas sentadas até surgir um lugar.
24 anos depois colocamos a mesma estratégia em prática.
voltando ao ponto em que paramos. aconteceu o que era previsto. no que estacionamos, uns quatro franceses se levantaram para iniciar o pugilato. e a porrada seria das boas! seria porque no exato momento do gongo, um francês nos puxou e cedeu um espaço de seu lote pros brasileiros atrevidos. cara que sufoco!!! bem, as coisas se acalmaram e curtimos as preliminares do que seria um show devastador em todos os sentidos. o sistema de som ficava fissurando a rapaziada com trechinhos em eco de quadrophenia –

“love reign o’er meeeeeeeeeeee” ou “can you see the real meeeeeeeeeeeeeeee”… PQP!!!

de repente as luzes se apagam e, finalmente, todos se levantam. no meio da escuridão ainda tomamos uns safanões dos recalcados. quase nem sentimos tamanha era a vibração.
dali em diante, aí sim, o pau comeu na casa de noca!!!
falar mais o quê? o que era pra contar já foi dito. o resto é História que foi cantada nesse “set list” –
I Can’t Explain, Summertime Blues, My Wife, My Generation, The Real Me, The Punk And The Godfather, 5.15, Sea And Sand, Drowned, Bell Boy, Doctor Jimmy, Love Reign O’er Me, Won’t Get Fooled Again, Pinball Wizard, See Me Feel Me, Substitute, Magic Bus, Naked Eye, Let’s See Action, My Generation.
um detalhe – nunca mais vimos o paulista.
ah, a saideira – de paris fomos para amsterdam e no aeroporto encontramos com roger daltrey no dia seguinte ao show. chegamos junto e ele foi muito gente fina. autografou pra mim o poster da tour francesa e posou para essa foto:

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roberto forévis

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ainda agora, na makuliNha…

sente o relato do TRIPEIRO residente em berlim…

Assunto: te escuto desde os meus 13 anos…!
Data: 8 de fevereiro de 2014 07:34:36 BRST
Para: Mauricio Valladares <programa@roncaronca.com.br>
“pois é, eu jurei que não era conversa de bêbado, mas pode ser que ela seja sim, em partes. apesar de ser historiador, eu tenho problemas sérios com datas e com essa tal linha do tempo. talvez não seja desde os 13 anos que escuto o ronca ronca, mas isso é um mero detalhe. importante é reafirmar e viajar que o diagnóstico da importância que o ronquinha tem na minha formação musical pode ser um sentimento compartilhado com uma infinidade de caboclos e caboclas espalhados pelo mundo afora.

o ronquinha não só me deu um panorama do mundo através de sons diversos, como me ensinou a respeitar e admirar o rádio como uma mídia nobre e acima de tudo necessária.
vida longa a makula! vida longa ao ronca ronca, neste momento cabeleira altíssima que estamos vivendo!
aquele abraço”, joão
Ps: pode avisar pro shogun que ele deu molengo tengo, e perdeu uma festa familiar bonita
foi desse jeitinho o embalex comemorativo aos 5 anos da festa makula (110% áfrica), ontem, na lapa…
com a participação do roNca, nas carrapetas!
prestenção no naipe d’aTRIPA (com presença do froNte capixaba), aos 48 minutos do segundo tempo, papo de 4:50 da matina…
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e, aos 52 do segundo tempo, tipo 5 da matina, o desmontar da estrutura ao “som” do afro neil young…
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e o toque “ecológico”…
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UAU!
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negativos & positivos (15) [santana]…

terça feira, no programa, comentei sobre um assunto que seria colocado aqui no tico, lembra?

pois é, em clima descoberta total / “blow up” (o filme), fui atropelado por uma informação absolutamente inédita…

em meu HD… e de todos com quem falei.

a História é a seguinte:

nesses dias de “negativos & positivos”, tem pipocado uma quantidade gigante de fotografias “inéditas”.

volta e meia, passa por mim uma tira de filme que jamais foi ampliado.

semana passada, esbarrei numas fotos que fiz do show de santana, no maracanãzinho…

como o ingresso está sem o ano – e eu não tinha certeza dele – tratei de catar a info…

e cheguei a 1973!

a maioria das fotos estava tremida, de longe…

não recordo de outra configuração de show no maracanãzinho com o palco, praticamente, no meio da quadra.

o ginásio recebeu um público bem numeroso… mas neguinho não deixava a rapaziada ficar em frente ao palco…

dei um jeito…

josé, que lá esteve, disse que a PM metia a borracha em quem pulava pra quadra.

no cata-cata das fotos, encontrei um negativo que mostrou, claramente, que a xeretinha teve problema naquela noite.

na hora em que consegui chegar perto de santana & seus bluecaps, o filme travou…

e fiz vários cliques no mesmo quadro:

captou?

creca total… mas que resultou numa imagem espetacular… e que, por muita sorte, mostra com “perfeição”

alguns componentes da banda:

da esquerda para direita: josé “chepito” areas (percussão), richard kermode (teclado), santana, armando peraza (percussão) e o ULTRA MEGA ESPETACULAR CASCA GROSSA CABELEIRA ALTÍSSIMA baixista doug rauch… e se colocar uma lupa, você encontrará os outros três que “não aparecem” (o batera original mike shrieve, o tecladista tom coster e a leNda que será desvendada no final do post)!

( :

essa tchurma, todinha, estava na bica de lançar o álbum “welcome”!

tá acompanhando? tô confuso?

muita pressão!

voltando à pesquisa para confirmar a data do show…

descobri que santana passou por são paulo, porto alegre, rio e brasília… vindo de uma tonelada de shows

em buenos aires, cali, bogotá, managua, panama city, san jose (costa rica), san salvador (el salvador), guatemala city…

e muitos no méxico!

tem noção do que era levar um circo desses a lugares como os citados, há quarenta anos?

santana & banda – a original de woodstock com luizão maia no lugar do baixista david brown que teve problemas de visto – já haviam tocado no teatro municipal do rio, em 1971! inesquecível!

voltando às infos de 1973…

fui atrás dos nomes dos integrantes da banda que vieram ao brasa e não achei nada sobre os shows daqui.

well, well, well… certamente, a mesma rapeize que circulou nos shows anteriores pelas américas, certo?

e mais, a mesma tchurma que gravou o álbum triplo “lotus”… no japão, três meses antes.

pois bem, exatamente nesse ponto, a porca começou a torcer o rabo…

já que a escalação do conjunto de santana (como está no ticket) apresentava, como vocalista, simplesmente:

LEON THOMAS

hahaha… parem as máquinas… caraca, leon thomas veio ao brasil com santana, em 1973?

PQParille… pirei, arrumei uma lupa nova, limpei os negativos… climão “BLOW UP”!

escaneia ali, recupera daqui, fotoshopeia, treme, sua muito… e as imagens foram nascendo:

CARACA… mamãe… armando peraza (LENNNNNNNDA cubana) e LEON THOMAS no palco do maracanãzinho.

e eu NUNCA tinha visto essa foto! NUNCA!

liguei para uns doidos que poderiam ter ido ao show para saber/confirmar a presença de leon… ninguém lembrava de paul newman… hahaha!

o fato é que leon thomas pra mim, naquela época, não significava nada de especial… era, simplesmente, um cantor desconhecido com santana…

que informa em seu site que trabalharam together apenas em 1973.

mas o mundo girou, a lusitana rodopiou… felizmente!

a sensação que tive é parecida com a que você teria se, naquela banda desconhecida que tocou na sua cidade – em 2002 – você descobrisse, hoje, um jack white na formação… manja?

voltando aos negativos…

fuça daqui, fuça dali… encotrei uma foto tirada em frente ao leme palace hotel de josé “chepito” areas, membro original do santana, conversando com um cara alto, negão, sorridente… pensei eu com meus botões:

– PQParille, será que é leon?

segura:

HAHAHA… não acreditei nos meus zoinho!

imediatamente, liguei para eduardo motta do brasil contando a História e mandei a foto…

ed subiu pelas paredes e disse que jamais soube da visita do parceiro de pharoah sanders!

adivinha qual o playlist que acabou de subir no rdio

cheers

( :

#61, traNquilão…

desceu tranquilão o #61, né?

shogun declarando que the cure é a banda da vida dele… dando “dicas” pro carnaval…

garantindo presença, sexta feira, na makula+roNca… brasa!

segura, “janeliNha & bula”…

the black keys – “strange time”

the black keys – “psychotic girl”

manfred mann – “i’m your kingpin”

bezerra da silva – “os direitos do otário”

asian dub foundation – “culture move” (pusher sound mix)

gil scott heron – “lady day and john coltrane”

el mato a un policia motorizado – “la cara en el asfalto”

the cure – “M”

the cure – “play for today”

fabio – “lindo sonho delirante”

the apagya show – “mumunde”

são paulo underground – “evetch”

denis wilson – “dreamer”

santana – “black magig woman”

santana – “oye como va”

jorge mautner – “maracatú atômico”

jorge mautner – “ginga de mandinga”

john mayall – “where did my legs go”

john cale – “paris 1919”

nick cave & the bad seeds – “needle boy” (7″)

the slits – “newtown”

pharoah sanders & leon thomas – “the creator has a master plan”

joan baez – “the lady came from baltimore”

a turma da pilantragem – “hino do fluminense”