“salve, MV !
o Miracle Legion, que está na coletânea Out of Time, da MOJO deste mês, conheci graças a uma das séries mais inoxidáveis da história da televisão
assistia freneticamente a The Adventures of Pete & Pete quando era mais moleque
a série teve várias participações fantásticas, como Iggy Pop, Debbie Harry, David Johansen, Michael Stipe, Luscious Jackson, Kate Pierson, Syd Straw, e mais uma turma boa – eu não fazia idéia de quem eram, mas adorava a série, e é incrível revê-la hoje com essas referências
acho que no YouTube tem a série completa ou quase
a trilha sonora e o tema de abertura, Hey Sandy, ficaram a cargo do Polaris, que era o Miracle Legion sem o Mr. Ray, guitarrista e um dos fundadores, ao lado do Mark Mulcahy
em um dos episódios mais marcantes e, muito provavelmente, meu preferido, Hard Day’s Pete, o Miracle Legion aparece completo tocando numa garagem, com o Mr. Ray
neste episódio é apresentada a canção preferida do Pete mais novo, e como ele fez para captá-la da melhor forma possível
ele a ouve por acaso, a caminho da escola, ao presenciar a tal banda tocando Summerbaby
a música não sai de sua cabeça, e ele precisa de qualquer maneira escutá-la novamente – para isso, monta uma banda para tentar reproduzi-la a partir da memória
aliás, o pequeno Pete apresentava um programa de rádio diretamente do porão de casa, a WART Radio, que tinha de tudo, menos música (ele não curtia)
aqui está o episódio completo, e vale muito :
All For The Best, a música do ML presente em Out of Time, foi regravada pelo Thom Yorke para o tributo ao Mark Mulcahy, Ciao My Shining Star: The Songs of Michael Mulcahy, que conta ainda com Michael Stipe, Dinosaur Jr., The National, Mercury Rev, Frank Black … tocando tanto Miracle Legion quanto Polaris e as da carreira solo
em agosto tive a chance de ver o Miracle Legion em Londres, no Oslo Hackney, encerrando uma curta leva de 13 shows que fizeram depois de 20 anos parados, e foi um dos shows mais emocionantes da vida
abriram com Country Boy e foi só clássico !
no bis, logo após tocarem A Heart Disease Called Love, do John Cooper Clarke, Dave McCaffrey, o baixista, foi ao Mr. Ray pedir uma palheta, depois ao Mark Mulcahy, e nenhum dos dois tinha
lembrei que, por acaso, tinha uma em minha carteira, e entreguei a ele
Scott Boutier, o baterista, logo em seguida virou pra mim e disse “i’ll trade you”, e me jogou uma baqueta – eu disse “for a setlist !”
só tinham dois no palco, ele amassou o dele e arremessou pra mim,
então tocaram The Ladies From Town e continuaram
a abertura do Darren Hayman foi outra coisa linda da noite, um set de quase meia hora, voz e guitarra, acompanhado por um músico na lap steel guitar em algumas canções
a gravação deles para A Heart Disease Called Love saiu em Glad, EP de 1988, cujo lado B é um ao vivo no The Ritz Ballroom, em Nova Iorque – em Closer To Wall, no encerramento, o Pere Ubu se juntou a eles no palco
na ocasião, a banda ainda contava com Joel Potocsky no baixo e Jeff Wiederschall na bateria
incluo aqui uns cliques da noite (na terceira, o Dave está com a palheta)
que banda !
primeira vez na TV, em 1992:
e uma bela do Mark solo, acompanhado pelo coral Young@Heart:
falando em Y@H, duas interpretações de duas leNdas que subiram neste ano:
agora chega, né ?
cheers !”
Pedro
p.s.: aproveitando a onda do Pete montar a banda para lembrar de sua música favorita, indico o filme irlandês Sing Street, de John Carney (disponível na Netflix) – Cine Shogun !