que país é esse?

Subject: PITACO

“Me permita um comentário acerca do caso ‘Libertadores’:
A cidadania brasileira, ainda não consolidada e sem previsão de “conclusão da obra” vem sendo refletida a partir de 1822, ano de nossa independência acordada politicamente e, portanto, não conquistada com a participação popular. Lembrem-se de nossa condição de colônia, depois sede do império e em seguida aquele k-ozamento chamado proclamação da república.
São muitos os fatos que vem contribuindo para que nos tornemos um povo autoritário, agressivo, conservador, engraçadinho, burro, ignorante e cada vez mais desinteressado pelos assuntos que brotam da esfera pública/política. Assim, cagando para a justiça, temos constituído na vida real nossa POSTURA E HONRA através da vingança, como bem retratou o filme Abril Despedaçado.
Os ingleses, tiveram que brigar, segundo T.H. Marshall, 300 anos para configurarem sua cidadania onde para cada um desses diretos civis, políticos e sociais (tríade que dá o status universal que o conceito carrega) foram despendidos cerca de 100 anos pois o processo é contínuo, passo a passo, um de cada vez. Não se trata dos ingleses, franceses, americanos serem melhores ou piores do que nós no que diz respeito ao processo de como conduzem seus problemas. Trata-se de querer resolver algo e se reconhecer como povo, cidadão para então pensar um projeto de país, como se vê em diversos países que compõe a América Latina, tal qual Chile, México, etc. etc. e que ainda não paramos para refletir. Se fosse desse jeito, o que seriam os americanos senão inventores e SÓ de uma máquina de ilusão chamada Hollywood, onde acreditamos e nos fazem acreditar que eles são fodas, quando não passam de uns vendedores de tv a cabo e vilipendiadores do caralho (como ingleses e franceses, diga-se de passagem)? Ou seja, não passam de uns consultores técnicos e usurpadores da nossa era…e os maiores cheiradores de pó do planeta! Mas seria um povo somente uma redução generalista como essa? Acho que não e, portanto, creio que o amadurecimento, honra, são aspectos que vão além da questão cidadania. Ser cidadão ou mais maduro não foi motivo para ser menos ladrão – no caso inglês – ou menos esnobe – no caso francês. Essa linha de pensamento ‘evolucionista’ pregada por eles mesmos desde a ‘juventude do tempo’ e que justificou nossa colonização já era!
O difícil para nosotros, no entanto, é assumir a nossa condição autoritária de terceiro mundo que vem se configurando e que não queremos aceitar nem frear esse processo. “Tem pai que é cego”, sacou?  Somos o que acontece nas ruas, nos campos de futebol, no carnaval, na fila do mercado (e não nos jornais, novelas, tvs ) mesmo que uma minoria minimamente ‘inconsciente’ – já que o consciente coletivo é a maioria que vota, que assiste telejornais duvidosos, votam em reality shows e pautam as maiores idiotices como temas recorrentes – não se identifique com essas reações em cadeia. Nossa carta magna nós não reconhecemos, pois não é legítima e é contraditória. Afinal, o que está acontecendo?! Quem nós somos?! O documento é dúbio, pois diz que somos uma coisa mas queremos/estamos nos constituindo como algo distinto, feio, mau e escroto…o que fazer, quebrar o espelho? Somos uma aberração onde aqui urubuzinho sempre irá voar ‘Dis Costa’?!
Então a todo instante temos que escutar que São Paulo é o centro desenvolvido, civilizado do país, que é a nossa “New York”, “London” e que todos deveriam ir para lá pois lá que está o dinheiro e o caralho a quatro. Que é o centro do poder isso é inegável há anos, desde a Rep Café c/ Leite ao lado de MG, fato. Mas São Paulo é São Paulo, Rio é Rio, Recife é Recife e Piauí é Piauí. Se querem comparar Sampa, no máximo ela está para um território dependente como uma Guiana Francesa, Porto Rico, Martinica ou Ilhas Cayman. Qual o idioma de São paulo, Inglês, Francês? Aqui no Rio – e no Brasil – ainda se fala francês nas universidades, sabiam? Não vamos nos iludir. Porra, a maior e última banda foda do país resolveu deixar de circular e deixar seu centro de referência para se impregnar de sampa. Resultado: se transformou em uma coisa chata, lenta, boba, sem sentido…sim, estou falando da Nação Zumbi. Aqui é tabu mexer em mitos, mas enfim, foda-se! Como disse somos autoritários, não podemos ter opinião! Apenas fazer fofoca; e então, somos ou não podemos ser um povo democrático? A NZ se impregnou de sampa e ficou chata! Fato!
Já a américa espanhola teve em seu processo de independência o fato  a Espanha ter VAZADO, largou tudo aqui na américa depois de zuar a porra toda e ‘indiozinho’ não teve saída, teve que se virar.  Isso aconteceu em toda a América Espanhola!!! A Constituição Mexicana de 1917 é exemplo de Carta Política que influenciou até mesmo outras constituições na Europa após a 1º Guerra Mundial. No Brasil não, Portugal impregnou, assassinou, estuprou, roubou e deixou ingleses, franceses e holandeses deitarem os cabelos e…e…e…ficou. Seria o fato de nunca termos nos desgarrado dos Impérios o motivo de tanta antipatia – ou simpatia fake em demasia “povo alegre, festeiro, bunda, mulata, falcatrua etc.” – que todos os hermanos têm conosco? A linha é tênue entre a porrada generalizada e o carinho extremo ou resta alguma dúvida através da perspectiva “Libertadores da América”, onde todo ano a porrada estanca sempre com um time brasileiro envolvido?
Portanto, tá tudo dominado CARAMURU, ninguém se posiciona messssmo nem irão se posicionar porque o patrão não deixa! O time paulista em questão tinha que ser SUSPENSO das competições internacionais e ponto! Com exceção de alguns comentaristas da trupe do José Trajano, ninguém teve RESPONSABILIDADE E CARÁTER para condenar o tal time e desenvolverem a discussão. Todos um frouxos, vermes e parte do bando!!! A bola mais uma vez foi levantada para se pensar um projeto de futebol e…e … e…nada!! Lembram do Coritiba em 2009, torcida invadiu campo, porrada generalizada, rebaixamento e?! Jogaram segunda divisão, subiram e estão aí. Alguma punição? Nem ontem, nem hoje, nem nunca…Esses caras que estão desviando o assunto se dizendo tristes e representando diante das câmeras o cinismo como mais uma faceta do nosso caráter têm mais é que rir da cara de todo mundo mesmo.
Ficam umas perguntas: Por que então esses vermes ficam dando o exemplo do ‘caso Liverpool’ gratuitamente? Quantos casos de morte tivemos nos últimos anos aqui no Brasil e na América Latina e CBF/ Conmebol simplesmente inexistiram, respectivamente?! Quem acredita nisso que o nosso futebol se transformou? Quem acredita em Instituições?! O que pensar primeiro, um projeto de país ou um projeto de futebol?! Por essas e outras que nós não podemos considerar as nossas instituições e, quiça nós mesmos, organismos de ‘gente séria’…

Cordialmente,”
Flávio Selvagem
Guanabara Bay