+sopa…

Subject: UFA!
“Hey, Mauricio!

Tudo bem?
Tenho ouvido todos os programas. O bom é que muda a rádio mas a PIPA do roNca não desce nunca!
Estou acompanhando o desenrolar desses projetos de lei americanas há alguns meses. Primeiro: a velha mania dos estadunidenses de se acharem os donos do mundo e, consequentemente, da internet está toda aí.
Dizer que os projetos de lei são para prevenir a pirataria na internet e proteger a propriedade intelectual é chamar o mundo inteiro de burro. Estes projetos põem em risco o direito à comunicação e à livre circulação de ideias. As pessoas que navegam pela internet com razoável frequência sabem que o Megaupload ou qualquer outro site de armazenamento de arquivos não hospeda somente material que viola os direitos autorais.
Não sou contra a regulamentação deste tráfego imenso de material protegido. O país que conseguir por em prática uma legislação que respeite tanto os direitos de produtores e detentores de propriedade intelectual quanto do público, cada vez mais ávido por músicas, livros, filmes de forma ágil e barata, estará dando um grande passo na maturação da democracia. Talvez será o passo mais importante deste século. Essa relação precisa ser pensada de forma mais ampla que simplesmente na noção de produtores e consumidores.
Estes projetos de lei poderiam entrar no hall de ações dignas aos estados totalitários mais fechados que já passaram pelo planeta, ou mesmo alguns atuais. Nunca acreditei que passariam pelos congressos estadunidense. Por mais que alguns deles sejam extremamente gananciosos isso vai diretamente contra as bases da fundação daquele país – a primeira emenda, por exemplo.
Os interessados na aprovação dos projetos de lei não se conformam em ter seu negócio bilionário modificado e são incapazes de pensar em soluções que os mantenham vivos. Querem, graças a seus privilegiados meios de acesso aos poderes daquele país, voltar no tempo e reaver a condição hegemônica em suas áreas de atuação.
A internet funciona deste modo – ou seja, em função do compartilhamento – desde 1999. Os estudiosos chamam de Web2.0 essa estrutura. Penso que esses projetos de lei são muito mais que uma ofensiva de certas empresas. Como disse no início, eles propõem mais que proteção a propriedade intelectual e medidas anti-pirataria. Eles dão poderes ao governo de cercear qualquer tipo de atividade na rede simplesmente com base em uma alegação, SEM a autorização da justiça. Depois da importância da internet na organização nos levantes populares na Tunísia e no Egito, talvez alguém achou que era hora de “frear” a internet. O movimento Occupy, que teve força nos EUA, também se valeu das possibilidades da internet. Portanto, toda essa movimentação em limitar a internet logo após movimentos populares importantes me soa estranho. Muitos outros capítulos virão, o Megaupload foi só o início.
UFA! Essas coisas me tiram o sono ehehe
E o Vascão? Rumo à Libertadores, hein?
abraços e SV,”
Igor