suco de mangaba…

Besta redonda, inconveniente, levemente escroque e admirável, Paulo Francis (FOTO) deve estar girando mais do que gambá em churrasqueira de favela. Lembro como se fosse amanhã. Fui comer uma puta chamada Vânia Gonô na rua Visconde de Rio Branco (não confundir com a avenida) que fica ali na Praça Tiradentes. Paguei o equivalente a 15 reais, mais 5 reais de antibiótico, conhecido como “memória prévia” (ou petróleo do futuro) para evitar uma gonorreia. No quartinho do decadente sobrado interditado pela defesa civil, Vânia Gonô me ofereceu coxinha de galinha com suco de mangaba, mas como vivíamos na ditadura estava preocupado porque no quarto ao lado, pagos por um bicheiro de escola de samba, agentes do Dops torturavam e matavam um sujeito. Mesmo assim, trepei à cântaros Gov. my Gov. Nossos instintos primitivos são mais fortes do que aberrações ditatoriais. Bem, acabei, tomei quatro cápsulas de Glitisol (antibiótico), bati com o falo na pia do quartinho mofado e fétido e parti. Caminhando a favor do vento, com medo de ser preso e assassinado acusado de nada (o que era comum naqueles tempos), subi a avenida Chile e quando cheguei na altura da Petrobrás bateu. Bateu uma violenta caganeira, Gov. my Gov. Desesperado, cheguei para o guardinha que tomava conta do “Petróleo é Nosso” e perguntei se podia dar um pulinho lá dentro pra dar uma cagada, ou libertar uns mulatos, ou largar um barro pontudo. O cara respondeu que mediante 5 cruzeiros (50 reais hoje) ele me deixaria cagar num jardim de espinhos que ficava perto da grade que separa o Surubão (na época apelido do prédio da Petrobrás) da rua. Não discuti. Sentei nos espinhos e liberei a criolada, tomado de cólica por ter: 1 – comido coxinha podre com suco de mangaba visivelmente feito nas coxas; 2 – ter comido Vânia Gonô mais uma vez; 3 – ter passado em frente a Colmeia, outro apelido do prédio da Petrobrás já que “ali, metade voa e outra metade faz cera”. Me limpei com um jornal censurado e fui para o hospital Souza Aguiar que ficava a 100 metros da gafieira Elite, onde conheci Vânia Gonô anos antes. Tratado como cachorro fui atendido por um enfermeiro. Eu disse que tinha cagado no espinhau da Petrobrás, ele me mandou arriar a calça e virar de bunda pra ele. Não quis. Levei um tapa no ouvido e fui expulso da emergência aos gritos de “passa, negro escroto, vaza crioulo filho da puta”. Anos mais tarde, vendo Paulo Francis na TV dizer que na Petrobrás a roubalheira é tamanha que até ratazana vomita, vi que ele tinha razão. Porra, Gov., se guarda de segurança leva propina para deixar cagar em lugar proibido, imagine o merdalhau em Pasadena, Abreu e Lima, Comperj! Francis falou demais, mas não provou. Coitado, se fodeu todo. Os larápios do petróleo meteram uma pica jurídica tão grande no nosso risonho chinês, que ele morreu de infarte. Afinal, a putada da Petrobrás pedia 100 milhões de dólares de indenização. Isso foi na era pré-PT, quando a putaria ainda ensaiava para, como hoje, entrar em cena quebrando até a Casa da Moeda. O que diria Paulo Francis vendo essa cagança da Petrobrás, Gov. my Gov? O que ele diria a você no Ronca Ronca? Nada será como antes??? Hahahahahaha. Valeu Francis, genial filho da puta. Ummagumma Ferrare, de um posto Shell já que nos da Petrobrás sujou geral!!!