Arquivo da categoria: cinema

joão, kinski, herzog, #498 e #500tola…

Subject: as difereNtes difereNças
“fala, mister!
cara, muitas surpresas boas nos últimos roNquiNhas!
a primeira foi a referência ao klaus kinski. eu vivi uma fase em que assistia TUDO que passava pela minha frente feito por ele e pelo herzog. os documentários do herzog são incríveis. reza a lenda que o kinski era um verdadeiro demônio e que muito do que se vê na tela reflete a própria personalidade do boneco. o próprio herzog diz que tanto em “fitzcarraldo” como em “aguirre – a ira dos deuses” o kinski tratava os nativos pior que bicho. muito sinistrong mesmo. tudo isso dá pra ver nesse doc mas só achei em alemão.
AQUI, sobre a relação dos dois, herzog e kinski.
outra coincidência foi a presença do waganda kenya nos primeiros minutos do #498. esse mesmo som dá as caras numa mix que fiz no começo da primavera… AQUI.
sigo aqui ansioso com o quinhentola e já com o bilhete comprado pra encostar em terras brasilis em novembro de 2022! 🙂
aquele abraço”
joão

aguirre…

WALTER SALLES

São Paulo, sábado, 11 de maio de 2002

Os fantasmas de Fitzcarraldo e Aguirre

Iquitos, Amazônia peruana. Antigos prédios coloniais caindo aos pedaços. Cidades-satélites construídas sobre palafitas, invadindo o rio. Dezenas e dezenas de mototáxis avançando nas ruas esburacadas com um zumbido metálico. Um suor constante nos corpos e nos rostos.
Como Manaus, Iquitos viveu o seu apogeu durante o ciclo da borracha. Depois veio o período da extração da madeira e, mais recentemente, o tráfico de drogas também passou por aqui. Não mais. Há dois anos, chegaram os norte americanos do D.E.A., departamento antidrogas. O tráfico emigrou para a cordilheira ou procurou refúgio na direção de Letícia, fronteira com a Venezuela e o Brasil.
Estou aqui para escolher locações para um filme, mas outros dois não me saem da cabeça: “Aguirre, a cólera dos deuses” e “Fitzcarraldo”, ambos dirigidos por Werner Herzog. Foi ao redor de Iquitos que o diretor alemão rodou esses filmes. Foi também por aqui que ele quase morreu antes das filmagens de “Aguirre”. Teve a intuição de não entrar em um avião que ia trazê-lo de Lima a Iquitos. O avião espatifou-se. Herzog salvou-se.
Esse acontecimento não é um fato isolado na vida de Herzog. Na época em que ele fez “Aguirre” e “Fitzcarraldo”, havia uma qualidade quase messiânica, uma fé inquebrantável a movê-lo, que podem agora ser conferidas por todos aqueles que se interessam pela sua obra. “Aguirre” e “Fitzcarraldo” saíram há pouco em DVD, com uma reveladora faixa de comentários do diretor. Um documentário sobre a relação fratricida entre ele e seu ator-fetiche Klaus Kinski, intitulado “Meu Melhor Inimigo”, completa o quadro.
Kinski está extraordinário em “Aguirre”. O filme narra o caos que se instala no seio de uma das primeiras expedições espanholas que partiram à procura do mito de Eldorado no Amazonas. Malgrado todas as dificuldades de um filme de época e os obstáculos logísticos que Herzog teve de enfrentar, “Aguirre” foi filmado em poucas semanas por uma equipe de nove pessoas… e 450 figurantes. Herzog conta que tudo que poderia fazer parar a filmagem, como a enchente que carregou as balsas cenográficas, era incorporado à matéria fílmica. O resultado é uma obra orgânica, essencial. Revisto hoje, “Aguirre” permanece radicalmente moderno.
A câmera urgente está quase sempre na mão, perto dos personagens, mas há também momentos voluntariamente estetizados. Essa escolha arriscada dá surpreendentemente certo, e a síntese entre o documental e o teatral tem uma força raramente vista no cinema. Poucos filmes falam da ganância e da loucura humana de forma tão arrebatadora e convincente.
A possibilidade de rever “Fitzcarraldo” também projeta luz sobre um filme que foi muitas vezes acusado de ser tão demente, na sua feitura, quanto o personagem que enfoca. Fitzcarraldo foi um aventureiro europeu que chegou à Amazônia à procura de borracha e de riqueza fácil. Autocrático, tido por muitos como escravagista, Fitzcarraldo também alimentava o sonho de trazer a ópera até aquela última fronteira.
“Fitzcarraldo”, o filme, foi uma experiência de rodagem tão traumática quanto “Apocalypse Now”, de Francis Ford Coppola. Um outro documentário, “Burden of Dreams”, revela a insanidade do projeto, que se prolongou durante quase um ano. Como tudo que acontece por trás das câmeras acaba permeando o negativo do filme, essa loucura acaba passando para a tela.
E ficando, mas não só no cinema. Subindo o rio Amazonas, entre Iquitos e a colônia Santa Izabel, encontramos os restos do barco no qual foi filmado “Fitzcarraldo”. O casco está adernado sobre uma das margens do rio, tomado pela ferrugem. O motor foi retirado ou roubado. Subimos a bordo. As cabines, o posto de comando, tudo decomposto pelo tempo.
No meio da abordagem, o tempo subitamente começou a virar. Um vento varreu o Amazonas, nuvens surgiram do nada, e uma tempestade se abateu sobre nós. Pulamos para o barco que havia nos trazido ali e, no meio de uma chuva torrencial, voltamos a Iquitos. Olhamos para trás e vimos a velha carcaça pela última vez, até que ela foi lentamente engolfada pela cortina de água. Ainda ouvimos durante algum tempo o ranger do velho barco, que ecoava como um grito agônico de Klaus Kinski.

a pistola e danny boyle…

começa amanhã…

( :

Live for the music, die for the revolution. Join your fellow assassins THE SEX PISTOLS in the OFFICIAL TRAILER for FX’s Pistol. All episodes streaming May 31. Only on Hulu. Subscribe now for more Pistol clips: http://bit.ly/SubscribeFX The furious, raging storm at the center of the rock and roll revolution are the Sex Pistols – and at the center of this series is Sex Pistols’ founding member and guitarist, Steve Jones. Jones’ hilarious, emotional and at times heart-breaking journey guides us through a kaleidoscopic telling of three of the most epic, chaotic and mucus-spattered years in the history of music.

é o bicho (ou o pai de viola-violinha-violão na pista)…

Subject: Lei da Selva
“Fala Mauval!

Passando pra deixar uma humilde dica cultural: Lei da Selva, uma série que dirigi pro Canal Brasil, estreia na sexta agora, dia 29, 22:30.
São 4 episódios que falam sobre o jogo do bicho, cultura popular, crime, máfia, milicia, futebol, carnaval e Rio de Janeiro. Deixo aqui o teaser…
Vamos falando, abração,”
Pedro
obs: avisa ao Nandão que aquele documentário sobre os 10 anos do Larica que ele se amarrou, fui eu quem dirigi. Fiquei amarradão em saber que ele gostou.