Arquivo da categoria: historinhas
a message to you rudy…
cruzei bigodes, ontem, com o possante rudy… gente finérrima, fotógrafo casca grossa, especialista em café e componente d’aTRIPA há muuuuitos anos.
foi ele que conseguiu diversos áudios do roNca roNca na Oi fm/2008. entre eles, o tão procurado programa com andré midani.
o colega vai colocar um volume a mais na biblioteca…
D+
clive owen tirando onda hermana, ontem…
UAU, maNto de 2012 fazendo a rapeize babar em buenos aires, ontem, registrado pela russian doll dinowsky…
( :
luiz mandou pra gente (ou ringo, o fotógrafo)…
Em 2013, Ringo lançou um livro de fotos que fez ao longo da vida. Uma delas, até então inédita, mostrava cinco jovens adolescentes em 1964. Ringo os fotografou de dentro da limousine onde estava com os Beatles.
A limousine e o Chevrolet Impala ficaram lado a lado sobre a Ponte George Washington, que liga New York a New Jersey. Ringo baixou o vidro, fez um clique.
Ao selecionar imagens para o livro Photograph, a foto ressurgiu entre os guardados de Ringo. E ele ficou pensando quem seriam eles? Estariam vivos? Pela reação em 1964 eram fãs. Então nas entrevistas de lançamento do livro ele fez um apelo público para que os cinco aparecessem.
O canal de TV, NBC (EUA) decidiu procurá-los e achou Bob Toth, Gary Van Deursen, Suzanne Rayot, Arlene Norbe e Charlie Schwartz. Vivos e bem.
Claro que eram fãs dos Beatles, e continuam até hoje. Em 2013 a idade deles estava entre 66 e 68 anos. Contaram que tinham fugido da escola e enganaram os pais com o plano de ver o show de estreia dos Beatles nos EUA.
Gary Van Deursen, que dirigia o carro, não sacou que uma foto tinha sido feita, mas Suzanne Rayot percebeu e ficou encantada. Ringo apenas disse: “Oi amor, e fez a foto e eu não pensava em nada só que ele estava se dirigindo a mim”.
Além de ouvir o relato dos cinco, a NBC propôs a eles a recriação da famosa foto de 1964.
rock é rock mesmo (ou ‘this is the end”)…
HAHAHAHA… que comédia, hein?
periga aTRIPINHA apedrejar a porra da gaiola de vidro.
jujuba, pedroca, little shane & shane…
nandão e eu temos demonstrado profunda preocupação com o palavreado grosseiro que tem sido usado no jumboteKo, procede? como foi dito no #328, recentemente, o pai de três pimpolhos d’aTRIPINHA nos deu um cartãozaço amarelo… jisus.
a consternação invadiu a nave e fui pesquisar em outras famílias como tem chegado a nossa tresloucada comunicação.
procurei o valder, pai de jujuba & pedroca, e…
“Relaxxxxx. O vocabulário não é ofensivo. Nao se preocupe. Pedroca e Jujuba vao ao estadio para tambem soltar o verbo. Mas só no estadio! Se nao a mae briga!
Olhe as figuras (com o amigo Little Shane, à direita) no Palestra semana passada…
Eles mesmo dizem que o seu voculaburário e o de Nandão são parecidos com o meu. Uso expressoes bem similares.”
SaraValder!
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que peça o little shane, hein? brilhante homenagem a shane mcgowan (the pogues)…
o presideNte…
a peça rara acima é o túlio brasil – que está embarcando para trabalhar na sony de NYC e que no futuro (uns seis anos) será o presidente da sony brasil (é da família?) – momentos antes de começar a noite de lançamento do livro “os paralamas do sucesso” com texto de arthur dapieve e 25 anos de registros da xeretinha com bigorrilho, JB, e herbert, em 13junho2007…
contei, ontem, no #328, como se processou esse encontro com túlio… e aTRIPA localizou o relato (agora sim, com as datas certas) que coloquei no tico tico, há quase doze anos…
15/junho/2007 – “tulios”
esse aqui é o tulio…
o caboclo tem 15 anos e foi o primeiro a chegar na livraria da
travessa, anteontem, quarta feira.
nosso encontro foi maomé assim:
– “você é o mauricio valladares?”
– “sim. como é o seu nome?”
– ”tulio. é… é… pô, eu queria dizer que você salvou a minha vida
assim que comecei a ouvir o roNca”
– “hein?”
– “é que eu só ouvia um tipo de música, o metal. eu não sabia que
existiam outros sons para ouvir”
– “rapaz, você quer eu chore aqui agora ou posso deixar pra depois? é
muita emoção”
– “mauricio, eu virei outra pessoa”
– (meu zoinho fez blublu)
– “você já ouviu o novo do white sripes?”
– “peraí, tulio. calma… vamos com calma pelo amor de deus. é muita
informação, rapaz”
– “é… é, cara, o roNca salvou minha vida… dá um autógrafo aqui no
meu caderno da escola”
– “êita… vem cá, você já participou do programa por email, carta, telefone?”
– “nunca. pô, eu acho que não tenho conversa pra você. que não terei assunto”
– “ô ô ô, você tá drogado? fumou orégano? a gente não tá batendo papo
aqui há um tempão?”
– “é, mas sempre penso que na hora a coisa não vai rolar”
– “tulio, manda essa inibição pelo ralo e começa a se manifestar. você
tem uma penca de coisas legais a dizer”
– “é?”
– “claro que é… e ah, ainda não ouvi o novo do white sripes”
ele comprou o livro e me apresentou a mãe. gente fina que ficou a uns
metros da gente só sacando o papo, sempre rindo de felicidade.
essas experiências me rasgam ao meio!
fico devastado. um mix de felicidade absoluta, sensação de dever
cumprido com tristeza, impotência, desânimo!
quantos tulios existem por aí?
hein?
caramba, como é fácil “salvar” almas, tímpanos… e até vidas!!!
UFA!!!
as pessoas começaram a chegar para o lançamento e nos despedimos.
tulio, que veio de vaz lobo para o leblon, ficou por ali à base de
coca cola preparando o bote para ter seu violão autografado pela
banda.
antes de me juntar aos paralamas tive de passar pelo banheiro (?!)
para respirar um pouco e fundo… e só!
muitos e muitos ouvintes passaram pela travessa – claudia, marcelo,
gabriela, ana, gilmar, fábio, ricardo, joão paulo, eugenio, silmara…
+ dezenas de amigos, família, desconhecidos, tantos que estavam
together pelo pensamento, gente que há anos navega no barco
paralâmico.
QUE NOITE!!!
the book is on the table (ou melvin na ABL, jah)…
lançamento, ontem, no solar de botafogo, do livro “estrada, mil shows, do melvin”… relatos do próprio melvin ribeiro sobre suas traquinagens on the road desde 1992. D+D+D+D+D+D+
xeretinha registrou o inoxidável acadêmico (JAH?) colocando letrinhas repletas de carinho e amizade…
fundamental… obrigatório para termos noção do tempo
ronald mandou pra gente (ou o gol 1000)…
o chapaço ronald esteve, hoje, no hotel novo mundo… um dos mais icônicos redutos da hospedaria na cidade do rio de janeiro… mas as informações recentes garantem que o estabelecimento fechará as portas em pouquíssimo tempo… fato lamentável que cola ao igualmente histórico hotel glória (pertinho do NM) que até hoje está jogado fora.
provavelmente, uma rede hoteleira assumirá o novo mundo por mais que esse ramo de negócios venha sofrendo prejuízos irreparáveis por conta das mudanças de hábito da turistada a bordo da tecnologia.
mas o fato é que seguindo adiante ou se transformando em “sei lá o que”, o novo mundo guarda um tesouro que tem tudo para desaparecer nessa mudança de pluma: a placa comemorativa ao milésimo gol de pelé que, no dia do jogo com o vascão, lá estava hospedado com o o esquadrão santista…
caramba, se não fosse o registro do ronald eu jamais teria visto essa placa espetacular, totalmente foreta do que seria uma homenagem futebolística… tremendo bom gosto. deu vontade de conferir antes que ela tome o rumo de tantas outras relíquias brazukinhas!
detalhe: por décadas e décadas o novo mundo abrigou seleções e clubes de todos os cantos do mundo. pra quem gosta dessa História, o livro de ouro deve ser algo de tirar o fôlego… a seleção uruguaia nele ficou para a final da copa de 50… mamãe!
euricus, o imperador de são januário…
não suporto o tal do juca kfouri, por isso não leio as letrinhas dele, nem web, nem rádio, nem TV… mas certa vez, no século passado, ele sentenciou:
– a diferença do eurico para todos os outros presidentes de clube no brasil é que ele não pinta a unha
PQP, foi a avaliação mais correta já feita de euricus… afinal, FDP por FDP todos são, acontece que todos se passam por bons moços, politicamente corretos, limpinhos e eurico se mostra como realmente é… verdadeiro, antiquado, grosso, 110% defensor do vasco, politicamente incorreto, maldoso, impiedoso… uma fera.
numa outra situação, na TV, em meio a uma polêmica gigante, o então imperador de são januário perguntou ao apresentador da mesa: “sabe qual a razão para eu estar aqui?”
no que o mediador começou a bostejar, euricus atropelou brutalmente: “nada disso, você não sabe nada. estou aqui porque dou audiência e esse seu programa de hoje terá o maior IBOPE da história”… dito e feito.
enfim, já fui euricólogo de carteirinha… lá atrás, anos 80, ele era o vento de mudança no CRVG mas sempre perdeu eleição para o calçada, sumo pontíficie do salazarismo que ainda respira em são jujuba (JISUS)… o mundo girou e euricus foi incorporado pela administração vencedora… tão vitoriosa quanto o brasileiro de 1997 e a liberta de 1998.
a idolatria da torcida do vasco deu a euricus dois mandatos de deputado federal… nessa onda ele surfou o pico da CBF. virou exemplo para inúmeros dirigentes do esporte brazuka e numa das maiores viradas de mesa trouxe o fluminense da série C para a elite do futiba… segundo ele, totalmente dentro da lei.
CARAMBA, em 1990, euricus derrotou PABLO ESCOBAR! isso, acredite, ele mesmo… numa disputa da libertadores entre vasco e atlético nacional de medellin… euricus conseguiu CANCELAR (i repeat: CANCELAR) um jogo do vasco em medellin… e pablito era, simplesmente, o maior trafica de todas as galáxias, no auge do poder e coladaço ao atlético nacional. mamãe! ah, não acreditou? então, dá uma cricada AQUI!
mas sabe quando alguém (em quem você confia) chega ao topo da pirâmide e começa a atuar da mesma forma que os antecessores contra os quais guerreamos?
pois é, o vento da mudança não soprou… e euricus se transformou no maior exemplo de administração retrógrada com tudo de péssimo: falcatruas, desrespeito, fraudes, censura, burrice, isolacionismo, mentiras… e, pra mim, a pior de todas as mazelas: como um autêntico déspota, achar que o CRVG é propriedade dele… PQP!
mesmo com euricus foreta do troninho de são jujuba, o euriquismo seguiu com muitos devotos e, consequentemente, corroendo a possibilidade para os novos ares, finalmente, soprarem na colina.
lamento a perda de um personagem que sempre foi inoxidavelmente contrário a gourmetização do futebol… lamento a subida de um dos mais radicais (no bom sentido da palavra) vascaínos que conheci… na boa, poucos chegaram perto da paixão dele pelo clube… e garanto que pouquíssimos chegarão ao mesmo patamar… mas a realidade é que com ele ausente, o euriquismo tomará o caminho do ralo e, FINALMENTE, o vasco poderá entrar no novo século… o XX, claro!
euricus, chegou a hora de tirar um quieto
/ + /
aTRIPA, o barão & a bicharada…
Assunto: URBANISMO
“Olha aí Maurício!
Você e o Nandão falaram sobre urbanismo no roNca da semana passada. Só por curiosidade, leia esta crônica do Carlos Drummond de Andrade sobre um parente longínquo dele. Um urbanista que saiu daqui da Itabira do Matto-Dentro pra mudar a cara do Rio de Janeiro na segunda metade do século 19.
“O ANIVERSÁRIO DO BARÃO
Carlos Drummond de Andrade
(Jornal do Brasil – 01/05/1975)
Na íngreme Rua de Santana de Itabira, onde nasceu em 1º de maio de 1825, o garoto João Batista, filho de Maria do Carmo, ficou sendo, para toda a gente, o Batistinha. Mas o diminutivo não lhe conviria no correr do tempo e, ao morrer no Rio de Janeiro em 7 de agosto de 1897, era Barão.
Entre uma data e outra, João Batista fez coisas, muitas e determinantes de outras coisas, que influíram na vida de uma cidade, o Rio, e até na do país. Não foi à toa que se ligou ao dinâmico Mauá, em empreendimento como a estrada de ferro hoje chamada Central do Brasil. Seu espírito ávido de criação afastou-o cedo do pequeno meio paroquial, levando-o à capital do império. Na Corte, João Batista sentiu-se à vontade para planejar, fazer e acontecer.
Fez um bairro inteiro, onde havia o matagal da Fazenda do Macaco e hoje se refugiam os últimos traços do espírito genuinamente carioca: Vila Isabel. Abriu nele uma larga avenida, antecipadora das modernas vias de circulação urbana. E para que a vida nesse bairro não fosse uma sucessão escura de bocejos, presenteou-o com um parque de 800 mil metros quadrados, onde plantas e animais nativos e exóticos poderiam ser apreciados e se fariam estudos de zoologia e zootécnica.
Era uma novidade completa. Lotear terrenos pede visão comercial, instinto de lucro, mas João Batista queria combinar o lucro e senso urbanístico, o gosto da natureza e do lazer, como fórmulas de uma comunidade saudável. Não foi compreendido inteiramente. À certa altura, o jardim zoológico dava prejuízo. Teve de requerer à ilustríssima Câmara Municipal (por que as câmaras não são mais ilustríssimas? é uma pena) licença para estabelecer lá dentro jogos públicos sob fiscalização policial, a fim de honrar as despesas com manutenção e desenvolvimento da iniciativa, pioneira no Brasil.
Nasceu aí o Jogo do Bicho, instituição nacional, trazida por um mexicano, um tal Zevada, a princípio um mero atrativo para a freqüência do Zôo. Mas a coisa era tão bem bolada que acabou se espalhando fora dos portões do estabelecimento, e hoje cobre o país inteiro. João Batista não tem culpa nisso. Talvez seja mais correto dizer: não tem glória nisso. Pois enfim, o Jogo do Bicho, rotulado de contravenção penal, é tão querido do povo e tão radicado como hábito brasileiro, que o Governo se apresta para oficializá-lo, sob o título de Zooteca. (Tirando-lhe possivelmente o encanto do jogo espontâneo, livre, baseado na confiança que inspirem banqueiros e bicheiros).
Todos os biógrafos de João Batista fazem questão de lembrar que ele não foi absolutamente banqueiro de bicho nem inventor desse jogo imaginoso. Certíssimo. Mas se fosse o inventor, que mal haveria nisso? A inteligência criadora não precisa arrepender-se de uma concepção que dá alegria e esperança a muita gente, e que não é responsável pelos crimes derivados de sua prática. Vamos amaldiçoar o vinho, vamos proibir a uva porque muitos bêbados se arruínam e às suas famílias? Crimes e erros cometem-se à margem ou à sombra de quaisquer instituições, respeitáveis ou anódinas, e não bastam para condená-las; elas devem ser julgadas em si. O jogo inocente, que conquistou a simpatia de toda uma população, merece pelo menos indulgência, em vez de ser julgado por um moralismo hipócrita, cujas defesas se associam veladamente à sua exploração.
Mas deixemos de lado os bichos do Barão, hoje espalhados sobre todo o território pátrio. João Batista foi também partidário da Abolição, e deu o exemplo em casa, alforriando os seus escravos. Em política era liberal, pertencendo ao clã mineiro dos “Luzias”, isto é, ligado aos revolucionários de 1842, vencido mas não convencidos. Foi precursor de urbanismo, tendo como braço direito Bittencourt da Silva, projetista de sua Avenida 28 de Setembro. Co-proprietário dos JORNAL DO BRASIL. Empresário teatral, apresentou aos fluminenses a trágica Adelaide Ristori e o violinista Sarazte. Deu ao Rio de Janeiro uma linha de bondes. Um ano antes de extinguir-se a Monarquia, esta conferiu-lhe o título de Barão de Drummond.
Desculpem-me a modéstia de lembrar que hoje o meu primo-longe João Batista Viana Drummond, fundador da Vila Isabel de Noel Rosa e Marquês de Rebelo, está completando, lá do sem-fim, 150 anos de nascimento. Ter um primo barão cutuca a vaidade de clã. Os velhinhos da Rua de Santana, se fossem eternos, a esta hora estariam exclamando, embevecidos:
Sim senhor, o Batistinha, hem? como subiu!”