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mofo deu (ou socorro, a leNda holandesa)…

Assunto: Epopeia holandesa
“MV,
Vai ouvindo (lendo) esta história:
Eu e o Charlinho (Diegão), grandes amigos que somos, fomos mochilar na Europa em 2008… Quando a gente estava em Amsterdã, conhecemos nada mais, nada menos do que Marco Van Basten, meu grande ídolo de infância, e, de quebra, Dennis Bergkamp. Fomos até a Arena de Amsterdã, onde ambos batem cartão, para viver este momento estrogonófico. Um era técnico do Ajax; o outro, auxiliar. Charlinho ficou emocionado por ter encontrado Bergkamp, que é mais da época dele, e eu completamente zureta encontrando o meu ídolo no futebol. Fotos em anexo mostrando este momento mais do que inoxidável, e o grande Marco autografa a camisa da Holanda que eu levei…
O ano agora é o famigerado 2016. Ano difícil este! Resolvi organizar minhas camisas de futebol, devo ter umas 90 ao todo. Guardá-las direitinho, ver se tem alguma que eu poderia negociar com os colecionadores de camisa aqui de SP. Fui percebendo que algumas estavam com mofo e separei. Tinha uma do Nacional-URU tomada por mofo; uma do Corinthians, lá dos anos 90; e a da Holanda, que o Van Basten autografou em 2008, com a gola bem mofada. Mofou porque eu nunca mais a usei, justamente por ela estar autografada pela lenda. Separei as camisas e coloquei numa sacola, para lavar posteriormente eu mesmo e com todo esmero que elas exigem. Deixei a sacola bem muquiada ali no meu quarto…
Socorro, uma senhora forte de uns 60 anos, vai a cada 15 dias em casa para dar uma geral lá no cortiço. É praticamente uma segunda mãe que eu tenho, já frequenta o circuito da minha casa há uns 10 anos.
Na última sexta, eu ligo para casa para saber como estão as coisas, já que eu não tinha dormido por lá naquela noite:
Eu: “E aí Socorro? Tudo certo por aí? Tá precisando de alguma coisa?”
Ela: “Oi Jorge. Tá tudo certo por aqui, meu filho. Ah, sabe aquela sacola com um monte de camisa que estava num canto do seu quarto?”
Eu: “(suando frio). Sei, Socorro…”
Ela: “Eu lavei tudo. Ficaram novinhas..”
Silêncio total, minha traqueia levantou…
Eu perdi, oito anos depois, o autógrafo do VB. Escoou pelo ralo do Bronx, em SP…
MV, faz uma homenagem para a Socorro e escolhe uma música para ela pra ser tocada no #208. Ela ficou triste quando soube o que aconteceu… Está triste até agora, mesmo eu falando para ela não ficar, já que ela não sabia que na camisa laranja tinha um autógrafo de umas das maiores lendas do futiba…
Pode falar que é uma homenagem minha, do Charlinho (ela trabalhou na cortiço dele também) e do próprio Van Basten, o holandês…. Caso a homenagem ocorra, vou mostrar pra ela…
Cheers!”
Pedro
PS.: Por falar no Moleque de Rua (Diegão), ele está tomando todas em Dublin, com o Palmeiras campeão brasileiro, depois de longos 22 anos.
jorgevanbasten
(jorge + van basten)
diegobergkamp
(diegão + bergkamp)

courtney, ontem (2)…

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já circulavam informações que barnett é pura simpatia e meiguice.

após o show, ela chegou junto da rapeize que a aguardava perto do camarim. fez fotos, assinou disco-poster-camiseta, sorriu, papeou… com zereta de pressa…

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mas o lance é que ali ao fundo – da foto acima – de óculos, está o leNdário pedro blackhill… hahaha… e aí, a temperatura chega ao máximo da desorientation.

evidente, o mito anexou o setlist à colecão…

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e…

courtney-auto

yeah

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courtney, ontem…

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tranquilona, antes do show, courtney foi dar uma forradinha no nova capela… logo ali, pertinho do circo (o voador).

hahaha… chegou ao serviço com o gostinho da lapa ecoando forte pelas papilas gustativas… diliça!

o temporal que desabou nos arcos por volta de 21:30 foi sinistróide… e, mais uma vez, a lona passou, com brilhantismo, no teste d’água… nem deu pra colocar a xeretinha pra fora e registrar o espetáculo pictórico diante de nossos olhos.

a cariocada não encheu o estabelecimento… mas não estava vergonhoso. relatos de SP disseram, que lá, a maioria vazou depois do trio de barnett… mas pela reação, simplesmente, ao mencionar os nomes dos artistas no PA, ficou claro que 70% (no mínimo) tinham ido por conta dos zeretas.

às 22h, assustadoramente em ponto, barnett + baixo + batera iniciaram o show que durou, assustadoramente, uma hora… cravada.

pouco pra meirelles… tadinha, parecia uma qualquer abrindo a apresentação do queen, dos stones ou do floyd… espremidinha na frente do palco. com micro amplificadores… e o equipamento dos zeretas, em volta, todo coberto como se fosse ser contaminado por ela.

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e como a platéia, na maioria, pertencia aos zeretas, não rolou a vibe que deveria. claro, tinha neguinho (neguinha na maioria absoluta) cantando tudo… de trás pra frente.

infelizmente, não acredito que a gente tenha dado a courtney uma lembrança inoxidável da passagem dela pelo circo voador.

mesmo assim, o show foi muito bacana. repertório cascudo. baixo & batera afiadões… e ela transpirando rock’n’roll básico de bar, de pé sujo… e simpatia.

quando os zeretas (edward sharpe & the magnetics zeros) (um mix de beirut / arcade fire) pisaram o palco, deu pra ter certeza que a horinha de courtney ficou relegada ao mínimo de luz (pééééééssima pra clicar) e ao mínimo de som… fueda.

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dali em diante, a platéia delirou com os “hits” dos zeretas… mãozinhas pro alto, dancinhas coreografadas, gritinhos, celulares ostentation expostos… ah, que felicidade perturbadora transmitem os “indies” (ARGH!) da cidade de são sebastião.

enquanto isso, longe dali, um dos mais cabriocáricos quartetos d’aTRIPA se digladiava por um misto com ovo… as papilas… ahhhh, as papilas…

atripa-courtney

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a ilha da fantasia

ipsis-logo

estive, na quarta feira, em santo andré para acompanhar o nascimento do livro “preto e branco”. a maternidade foi a gráfica ipsis, considerada referência estrogonófica no mercado editorial brazuka.

vou encurtar o assunto para não ficar repetitivo… mas o fato é que durante as quase 24 horas que passei no estabelecimento, a sensação foi a de vivenciar um mundo desconhecido.

quantas vezes você esteve em contato – no mesmo lugar – com dezenas de profissionais onde todos (i repeat, TODOS) esbanjam competência / simpatia / prestatividade / educação? do porteiro ao gerente, do mais fodaço técnico em impressão à cozinheira, da recepcionista ao operador de uma máquina japonesa muito mais valiosa que o elenco do vasco (também, moleza)… todos no mesmo tom, todos envolvidos por uma atmosfera perfeita.

essa realidade, (sobretudo) para nós cariocas, tem um brutal impacto… afinal, é imbatível nosso jeitinho “brejeiro” de enrolar, tirar onda, mentir, rir da própria incompetência e não resolver paul newman.

por falar em onda, é bom ressaltar a total ausência da própria na ipsis. tudo é extremamente simples, enxuto, democrático… naquele pedaço, só existe um objetivo: o trabalho bem feito. muuuuuuuito bem feito.

pra fechar, é bom dizer que quarta feira foi feriado nacional para todos nós, menos para eles… lá, a roda gira 24 horas por dia… de todos os dias… e os sorrisos estão em todos os cantos… complicado para a cariocada entender.

emocionante. revelador

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ainda o arco-íris

rainbow-history

você segue impactado com nosso (sem aspas mermo. é nosso mermo, uai) prefeito usando o mesmo palco por onde já passaram ray charles, bowie, who, jam, smiths, clash, beatles, duke ellington, miles davis, family, king crimson, joan baez, fairport convention, beach boys, zappa, t.rex, fela kuti, curtis mayfield, ramones, marley… e zilhões de outras leNdas, procede?

então, para você chegar à parte fuNda da piscina, dá uma zoiada AQUI… pressão!

grateful-rainbow

o templo (pra sempre) apesar de tudo…

no post anterior está o rainbow antes de ser adquirido pela UCKG (united church of the kingdom of god) de propriedade de edir macedo… aqui está o “novo rainbow”…

iurd

In 1995, the building was taken over by its current owners, the Universal Church of the Kingdom of God, a Brazilian Pentecostal church. They began work restoring the building and turning it into a church. The auditorium restoration was the last phase to be completed, in 1999, and the theatre is now the main base for UCKG in the UK.

o site do UCKG tá tirando a maior onda com um de seus “gerentes”…

criva

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tá bom, segue o jogo… eles pagam rios de libras pelo imóvel. muito mais que qualquer agência de shows poderia suportar… mas meu coraçãozinho jamais deixará de sangrar com essas imagens acima. PQParille, no rainbow eu tive alguns dos momentos mais felizes da minha vida. equivale acabar com uma praça, um cinema, um estádio de futebol… perder alguém amado… que tristeza do caralho!

wilco, ontem (2)…

wilco5

por mais que todos tenham tido certeza da desorientação máxima testemunhada, em 11maio1987, na passagem do echo pelo canecão, ninguém poderia imaginar que o mesmo show seria tido pela banda como o mais estrogonófico de sua existência.

acontece que, com o andar da carrocinha, a situation foi maturando… o mundo foi girando e, em pouco tempo, o fato ganhou a real – e merecida – dimensão. procede?

pois bem, pela reverberação do show de ontem do wilco, no circo voador, tô achando que muito em breve teremos uma conexão forte entre a rapeize de chicago com os coelhinhos de liverpool envolvendo a cidade de são sebastião.

durante as duas horas e meia de ontem, por vários momentos, jeff falou da cabriocaricidade (?!) da noite… que a platéia era a melhor de todos os tempos, que eles estavam exultantes (dava pra ver mole), blá blá blá… o climão já era pra lá de positivo antes de subirem ao palco… depois da apresentação, todos (tirando jeff que vazou direto) faziam questão de garantir a excelência do show.

entre os fatos que contribuem para o olimpo de ontem, está a canja dada pelo cesar… um fissurado pela banda, colado no palco, que mostrou um cartaz tipo: “me chama pra tocar guitarra com vocês”… e jeff chamou o cidadão para surfar uma onda gigante (do bem total) em “california stars”…

D+D+D+D+

o la cumbuca, claro, registrou o monumental solo de nels cline em “impossible germany”…

ainda pelo la cumbuca, chega a informação que esse solo é motivo de total idolatria… que muita gente vem registrando as performances de nels, exclusivamente, nessa song.

PQParille!

antes do show, pedro blackhill (de cabeleira altíssima e setlist autografado na mão) foi registrado pelo próprio empresário da rapaziada:

blackhillwilco

só faltou (!!!!), ao fim do último bis, jeff dizer:

– pra fechar a tampa, vamos fazer uma couve de duas horas e meia com “dark star” do grateful dead… coisa rapida!

mamãe!

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wilco, ontem…

2016 acabando e pipoca a primeira certeza para as listas de fim de ano:

melhor show: WILCO (circo voador)… no top3

assim que cheguei na localidade para encontrar com fragmentos d’aTRIPA, neguinho foi dizendo: olha eles ali… era a banda, sem jeff, cruzando a avenida mem de sá depois de aquecer as goelas num pé imundo da região… com esse cartão de visita, evidente, que o circo voador presenciaria algo inoxidável.

às 22:30, em ponto, jeff & seus bluecaps começaram o serviço de trituração dos miolos presentes. casca, grosseria, estupidez… soltinhos, risonhos, à vontade… baterista monstro, repertório “10, nota 10”, platéia no bolso, coladaça, vibe total… jeff amarradão… e a presença do mais estrogonófico guitarrista que a lapa já abrigou em todos os tempos. sim, estou radicalizando radicalmente, pode incluir sala cecília meireles, circo voador, os cabarés dos anos 30, as pocilgas do século retrasado & os caralho A4… pode juntar toda a trosobada porque não vai dar para encarar a performance oferecida, ontem, pelo gigante NELS CLINE… PQParille, MEGA piration!

xeretinha, humildona, captou alguns momentos…

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wilco2

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nels & jeff…

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claro, pedro blackhill barbarizou no setlist de ontem (à direita) e juntou pra gente com o de 2005:

wilco-sets

inesquecível!