Arquivo da categoria: historinhas

negativos & positivos (409) [flageral]…

a art-rio, que começou ontem, abriga (mais uma vez) um mega stand da galeria lurixs com quem tenho o prazer de estar envolvido até o talo.

esse ano, ela escolheu uma cena que jamais voltará a ser fotografada ou testemunhada por quem quer que seja. um retrato da sociedade que foi proibida de frequentar as arenas padrão FIFA. rostos de uma gente que desceu pelo ralo do mundo globalizado, gourmetizado, bundamolizado… um pedaço do templo máximo do futebol que foi desrespeitado, vulgarizado, implodido, esquecido… PQParille!

geral1geral2geral3geral4geral5fla-tico

flageral  /  maracanã (rio de janeiro)  /  maio1980

A fotografia…

recebi a imagem abaixo do carlos eduardo, fotógrafo e ouvinte do roNca.

cacilds, há muito tempo eu não ficava tão abestalhado com uma fotografia… e nem precisamos mergulhar em todos os significados/simbolismos/referências dela para o coração disparar… basta olhar. sentir o cheiro. o calor. suor. pressão e a perfeição inoxidável desse momento pra lá de decisivo

não sei quando ela foi captada pelo ricardo stuckert, fotógrafo oficial de luiz inácio (não sei se ainda é). pode ter sido clicada ontem ou há anos… mas o fato é que estamos diante de uma obra prima do fotojornalismo planetário… PQParille!

lula

cafi, o gigaNte…

semana passada, estava eu aguardando a chegada de um chapa quando a calçada começou a tremelicar (isso, tipo abalo sísmico)… imediatamente, avistei – descendo a ladeira – o monumental cafi, leNda da desorientação MEGA cabeleira altíssima que registrou alguns dos momentos sonoros mais inoxidáveis desse brasilzinho. ações do quilate de “clube da esquina”, tá bom?

xeretinha pirou…

cafi1cafi2cafi3cafi4cafi5cafi6cafi7

isso mesmo, é dele este registro:

esquina

master!

lee ranaldo, ontem…

prestenção na música que, volta e meia, lee ranaldo interpreta em seus shows…

com a maravilha acima de sandy denny ele fechou a apresentação em são paulo, sábado passado.

conclusão, com mais essa demonstração de total afinação ao meu coraçãozinho, lee ranaldo tem lugar cativo na gaveta das leNdas… simples assim.

ontem, ele hipnotizou o lotado teatro ipanema com um punhado de canções desconhecidas. que sensação inoxidável não identificar nenhuma das músicas tocadas. parecia que a gente estava na casa dele ouvindo um som despreocupadão.

ao final do show,  ranaldo foi ao encontro da rapeize.

claro, pedro blackhill chegou junto e a xeretinha também…

lee3lee2lee1lee-auto1lee-set

negativos & positivos (400) [andy summers]…

UAU, negativos & positivos (400)… QUATROCENTÃO, quem diria, hein?

para celebrar, aqui está um gigante da guitarra que passou por soft machine, kevin coyne, the animals, kevin ayers, zoot money, robert fripp…  e dizem: foi dele a primeira guitarra que jimi hendrix usou quando chegou na capital inglesa, em 1966.

segura o colega fotógrafo (ótimo) quando veio ao brasa com o the police…

andy.tico

andy summers  /  rio de janeiro  /  fevereiro1982

DUBlin’s calling…

Assunto: News & Shogun

“Fala Mauriciao , como ta?

Porra, q tristeza a subida do geneton … Gostava dele.. e ainda mais depois q soube q ele é seu amigo … Pqparille
Dos lados de cá, estou galgando parâmetros no futebas local. Fui conhecer as dependências de um dos clubes da cidade ..  St Patrick’s … Goleada do time da casa: 1×0 com direito a muito chutão, faltas e bola para o mato (nao existe gandula aqui)
Descolei até uma camisa em um brechó para a coleção … Aliás , vi no tico a camisa do palestino do caboclinho roNqueiro .. animal. Seguem umas fotos…
E ai , passou a depre pós jogos Greco-Cariocas?
Perfeitos os comentários do grande shogun no #194 sobre aquele cara irritante q nem quero falar o nome … Pqp , como eu torci para a Alemanha .
Faz um video dele queimando o autógrafo.
Abraço pra vc e manda outro para o shogun
Cheers”
Diego
diego1
diego2
diego3
diego4

geneton, o produtor de memória …

fire

no início de julho2013, a chapa esquentou brutalmente no brasa… em uma dessas ocasiões, acabei cruzando com geneton e presenciamos a entrada do inferno.

queimou ainda mais em mim a violência de muitos contra ele, funcionário da vênus. em certos momentos, a agressão física ficou por milímetros… enquanto isso, geneton passava tranquilão sem dar a menor pelota aos injuriados… na certeza que a sua (dele) presença ali no campo minado era muito mais contundente que qualquer coquetel molotov jogado nos cornos do poder.

na semana, geneton registrou os fatos em seu blog…

Relato de uma testemunha acidental de um tumulto nas ruas do Leblon: o Dr. GL entra em cena num fim da noite de quinta-feira

sex, 05/07/13
por Geneton Moraes Neto
categoria Entrevistas
DOSSIÊ GERAL (o blog das confissões) / G1

Fazia trinta e seis anos que eu não via, pessoalmente, o Dr. GL : o Gás Lacrimogêneo. Aconteceu hoje, no Rio de Janeiro.

Boa noite, Dr. GL. Prazer. Sou aquele estudante que conheceu o senhor no Recife, faz tempo. O senhor não se lembra, claro. Mas como eu iria esquecer ?

(a primeira vez, como eu ia dizendo antes de ser interrompido pelos cumprimentos de praxe, aconteceu no Recife, nos idos de 1977. Eu tinha meus vinte, vinte e um anos. Estudava Jornalismo na Universidade Católica. Uma manifestação que contaria com a presença de três senadores da oposição ao regime militar – Marcos Freire, Paulo Brossard e Teotônio Vilela – tinha sido proibida. O governo impediu os senadores de falar. A manifestação estava vetada . Não poderia ser feita nem na rua nem em recinto fechado. Ainda assim, os senadores compareceram à frustrada manifestação. Tiveram de ir embora – de táxi – sob aplausos e gritos de apoio de quem tinha ido ali para ouví-los. Eu me lembro de ter visto o triunvirato de senadores entrando no carro – na rua do Hospício, no centro do Recife. Ah, o nome daquela rua: Hospício! O boato corria solto: a cavalaria viria dispersar os manifestantes. Dito e feito. Assim que os senadores saíram, os cavalos chegaram. Tumulto. Correria. Gás lacrimogêneo. Prisões. Givaldo – por coincidência, o dono de uma livraria especializada em livros “subversivos” – foi arrastado pelos cabelos até o carro da polícia. Ali, o Dr. GL batizou minhas retinas juvenis).

Hoje, estava conversando sobre política, Macalé, Sérgio Sampaio e Copa de 50 (!!) numa calçada do Leblon com um amigo que encontrei por acaso – Mauricio Valladares – sim, aquele que faz o antenadíssimo programa Ronca Ronca nas ondas dos rádios e internets do planeta. Ali, éramos – também – testemunhas do protesto que se armava nas proximidades da casa do governador. De repente, o velho filme rodou de novo, sob outras circunstâncias e em outros tempos: tumulto. Correria. Gás. Lá vem o Dr.GL ! Crianças, correi!

A bem da verdade, não deu para ver como tudo começou. Mas uma chuva de bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo foi lançada sobre os manifestantes. A polícia avançou. Quem estava ali correu. Quando estava na avenida Delfim Moreira, olhei para trás: não fosse pela truculência, a cena era até bonita. A polícia tinha apagado as luzes da avenida. O rastro deixado pelas bombas produzia garranchos brancos no ar, perto da praia escura. Se fosse Reveillon, ia ter gente aplaudindo. Não era Reveillon. Teve gente correndo.

O som das explosões deve ter acordado quem paga o IPTU mais caro do Cone Sul da América. O tempo fecha: lá vem a Tropa de Choque. Um helicóptero flutua lá em cima, às escuras, estranhamente estacionado no céu. Parece não se mover. Não emite qualquer sinal luminoso. Só o barulho do motor. Pego o telefone. Aviso à redação da Globonews que o protesto acaba de se transformar numa bela confusão. “Por sorte”, meu combalido celular consegue captar, ao vivo, nos últimos minutos do Jornal das Dez, o som das explosões.

Em meio ao tumulto, recolho no chão uma bomba, já disparada. Marca: Condor. “Tecnologias não-letais”. “GL- 203/L.Carga múltipla lacrimogênea”.”Indústria brasileira”.”Atenção: oferece perigo se utilizado após o prazo de validade”. Tento decifrar a data de validade. Não consigo enxergá-la. Os números estão gastos. O desenho de uma bandeira brasileira completa o envólucro da bomba. A pequena bandeira é azul, como todas as outras inscrições. Parece uma daquelas ironias involuntárias: tudo azul com o Dr.GL. Guardo a “relíquia” comigo. Meu filho Daniel também recolhe no asfalto uma lembrança do Dr. GL, por pura curiosidade.

Impressão desta testemunha acidental : a reação da polícia parece ter sido desproporcional a qualquer eventual provocação que tenha acontecido. Nem eram tantos os manifestantes. Resultado : por alguns minutos, a avenida Delfim Moreira parecia o que, por esses dias, se chama de “praça de guerra”.

Dr. GL, o senhor não precisava ter saído da caverna esta noite. Estava tudo azul, até que o senhor resolveu entrar em cena. E aí a Delfim Moreira virou rua do Hospício.

Ah, Dr. GL….Quando é que o senhor vai tomar jeito ?

geneton1.jul2013

acabou-se o que era doce (ou começar de novo)…

de uns dias para cá, muito foi dito/escrito sobre a parte boa dos jogos greco-cariocas. o lado podre, todos nós sabemos qual é mas não precisamos lembrar dele nesse exato instante. a olimpíada pegou 99% dos brasileiros de calças curtas. tivemos que engolir um treco que dificilmente desceria por nossa goela… e desceu, lindamente.

o planetinha pirou… você aloprou, eu delirei… PQParille, não consegui tirar os olhos da TV durante a maratona. porra, duas horas vendo neguinho correr. inédito na minha vidinha… e, pra piorar, às 9 da matina de domingo. sinistróide.

mas o meu interesse na correria não foi checar a performance atlética de etíopes & kenianos… foi, exclusivamente, para me deliciar com a cidade mais linda do mundo servindo de palco pros doidos voadores.

na boa, meus zôio suaram forte quando o kipchoge circulou pelo museu do amanhã… sozinho… solo, sem nenhuma companhia, senhor absoluto, com o rio de janeiro a seus pés… PQParille, FODA… que imagens inesquecíveis. cinema cabeleira altíssima.

como já foi dito no programa, entre outras desgraças, depois do 7 a 1 e da politicalha escrota em que estamos metidos, a gente precisava ter idéia de como as coisas podem andar positivamente em nossas fronteiras. de como a gente – se quiser – pode resolver a maioria das nhacas brazukas… e a olimpíada irá cumprir esse papel. amém!

no sábado, cruzei – acidentalmente – com o casal joana e ross que veio para os jogos como componente da equipe da nova zelândia. no que começamos a papear, ele disse que tudo transcorreu da maneira mais espetacular possível, em todos os níveis… e que o rio de janeiro é bláblábláblá… mas que a grande diferença com todas as outras cidades “maravilhosas” é que, em nenhum outro lugar do globo terrestre, existe um ser – a nível de gente / enquanto pessoa – como o minhoco “made in rio”… simples assim.

oxente, vamos pegar esse touro danado à unha, na marra? ou vamos deixar essa peste solta porraí, hein?

muito prazer, ross & joana…

ross

paralamas+nação+aTRIPA, ontem…

com a lua na platéia apontando para o futuro (museu) e para o passado (14bis)…

lua

os paralamas começaram a estremecer a praça mauá (entupida até o talo), exatamente, às 21h…

pds1pds5pds4

para a situation atingir níveis descontrolados de cabeleira altíssima, a nação zumbi chegou disposta a colocar o edifício da rádio nacional no chão…

pds6pds2pds7

a saideira com “que país é esse?” gerou um tsunami na novíssima (e espetacular) orla carioca… mas, felizmente, joão barone – tal e qual o maestro netuno com as baquetas em punho – regeu as marolas… que, imediatamente, picaram a mula.

foi nesse épico (aí sim, a palavra é necessária) instante que todos perceberam, com detalhes, aTRIPA ser representada com sagacidade-bravura-groove-elegância…

jb1jb2pds3

que momentos!

( :

negativos & positivos (389) [rio2016 & zé da toca]…

passei, ainda agora (são 12:45), pela pastelaria e encontrei julinha, completamente, chamberlain / desorientada / desconectada do solo terrestre… tudinho por conta da abertura da olimpíada.

a felicidade dela era refletida em todos os outros presentes no estabelecimento. sabe quando as pessoas se sentem representadas por algo ultra distante onde elas não têm nenhuma conexão ou interferência? acho que foi por aí que a abertura de ontem circulou.

não vi a primeira parte do espetáculo… peguei na entrada das delegações mas julinha não parava de brandir o bagulhete tecnológico dela com as imagens de TUDO… hahaha!

poucas foram as vezes onde algo tão grandioso tenha sido apresentado, em nossas fronteiras, na medida exata. com ótimo gosto. mega criativo (quase transgressor) e simples. com o timing beirando a perfeição… e, acima de tudo, exibindo ao planetinha como a gente deve se portar diante dos  novos velhos tempos… prestando atenção ao básico do básico de nossas relações… no óbvio.

julinha urrava: “meu deus, que felicidade não ter aparecido um presidente, um prefeito, um governador, um desgraçado desses para estragar tudo. falando um monte de merda”… hahaha, quanta sabedoria da menina!

enfim, acho que o brasileiro acordou com uma emoção inédita que passa pela (nossa) capacidade de fazer muito bem um treco tão complicado.

aliás, “complicação” é uma palavrinha xexelenta que nos acompanha há séculos mas que se borra toda diante dos gigantes paulinho, vanderlei e o lindão zé da toca, aqui…

toca.tico

rio de janeiro  /  dezembro1976

4kg, selvagem & mariaNNe…

atripa

Assunto: So long Marianne

“Fala Mauval! Aqui é o 4Kg, tudo certo? Tô sumido mas tô na moita como sempre. Me deparei com essa triste notícia abaixo:

http://www.everythingzoomer.com/leonard-cohen-muse-marianne-ihlen-long-marianne-passes-away/

Abraços”

Bernardo 4Kg
##########
detalhe:
bernardo recebeu o “sobrenome” 4kg por conta da tristeza profunda que se abateu em seu coração tão logo o roNca roNca deixou o dial, em 2011, com o fim da Oi fm. como consequência, ao pesar a brutal saudade, a balança mostrou 4kg a menos em apenas uma semana. acredite, é fato cientificamente comprovado. nessa imagem, o moNumeNto recebe o consolo de flavio “selvagem” (outra leNda), durante a passagem de “los hermanos & roNca roNca” pela fundição progresso, em maio2012…
flavio+bernardo4kg

negativos & positivos (388) [tyrone downie]…

jimmy cliff trouxe ao brasa, em 1984, uma rapaziada de tirar pica pau do oco. com destaque para o guitarrista earl “china” smith e o MEGA estrogonófico tecladista tyrone downie que já havia tocado com ian dury, bob marley, tom tom club, black uhuru, grace jones & muitos outros. há anos tyrone mora na frança e, atualmente, faz parte da banda de youssou n’dour. dizem que o jamaican guy no clássico “my jamaican guy”, de grace jones, é o próprio…

– She has admitted her song ‘My Jamaican Guy’ was actually about Tyrone Downie, a member of The Wailers she fancied at the time. Her response when asked about the song:

“Tyrone was with somebody else. He was a beautiful guy, he doesn’t even know I wrote it about him.”

pra começar, a lindeza com uma tchurma casca grossa. inclusive, tyrone em um dos teclados…

tyrone.tico

tyrone downie  /  maracanãzinho (rio)  /  janeiro1984