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euricus, o imperador de são januário…

não suporto o tal do juca kfouri, por isso não leio as letrinhas dele, nem web, nem rádio, nem TV… mas certa vez, no século passado, ele sentenciou:

– a diferença do eurico para todos os outros presidentes de clube no brasil é que ele não pinta a unha

PQP, foi a avaliação mais correta já feita de euricus… afinal, FDP por FDP todos são, acontece que todos se passam por bons moços, politicamente corretos, limpinhos e eurico se mostra como realmente é… verdadeiro, antiquado, grosso, 110% defensor do vasco, politicamente incorreto, maldoso, impiedoso… uma fera.

numa outra situação, na TV, em meio a uma polêmica gigante, o então imperador de são januário perguntou ao apresentador da mesa: “sabe qual a razão para eu estar aqui?”

no que o mediador começou a bostejar, euricus atropelou brutalmente: “nada disso, você não sabe nada. estou aqui porque dou audiência e esse seu programa de hoje terá o maior IBOPE da história”… dito e feito.

enfim, já fui euricólogo de carteirinha… lá atrás, anos 80, ele era o vento de mudança no CRVG mas sempre perdeu eleição para o calçada, sumo pontíficie do salazarismo que ainda respira em são jujuba (JISUS)… o mundo girou e euricus foi incorporado pela administração vencedora… tão vitoriosa quanto o brasileiro de 1997 e a liberta de 1998.

a idolatria da torcida do vasco deu a euricus dois mandatos de deputado federal… nessa onda ele surfou o pico da CBF. virou exemplo para inúmeros dirigentes do esporte brazuka e numa das maiores viradas de mesa trouxe o fluminense da série C para a elite do futiba… segundo ele, totalmente dentro da lei.

CARAMBA, em 1990, euricus derrotou PABLO ESCOBAR! isso, acredite, ele mesmo… numa disputa da libertadores entre vasco e atlético nacional de medellin… euricus conseguiu CANCELAR (i repeat: CANCELAR) um jogo do vasco em medellin… e pablito era, simplesmente, o maior trafica de todas as galáxias, no auge do poder e coladaço ao atlético nacional. mamãe! ah, não acreditou? então, dá uma cricada AQUI!

mas sabe quando alguém (em quem você confia) chega ao topo da pirâmide e começa a atuar da mesma forma que os antecessores contra os quais guerreamos?

pois é, o vento da mudança não soprou… e euricus se transformou no maior exemplo de administração retrógrada com tudo de péssimo: falcatruas, desrespeito, fraudes, censura, burrice, isolacionismo, mentiras… e, pra mim, a pior de todas as mazelas: como um autêntico déspota, achar que o CRVG é propriedade dele… PQP!

mesmo com euricus foreta do troninho de são jujuba, o euriquismo seguiu com muitos devotos e, consequentemente, corroendo a possibilidade para os novos ares, finalmente, soprarem na colina.

lamento a perda de um personagem que sempre foi inoxidavelmente contrário a gourmetização do futebol… lamento a subida de um dos mais radicais (no bom sentido da palavra) vascaínos que conheci… na boa, poucos chegaram perto da paixão dele pelo clube… e garanto que pouquíssimos chegarão ao mesmo patamar… mas a realidade é que com ele ausente, o euriquismo tomará o caminho do ralo e, FINALMENTE, o vasco poderá entrar no novo século… o XX, claro!

euricus, chegou a hora de tirar um quieto

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aTRIPA, o barão & a bicharada…

Assunto: URBANISMO

“Olha aí Maurício!
Você e o Nandão falaram sobre urbanismo no roNca da semana passada. Só por curiosidade, leia esta crônica do Carlos Drummond de Andrade sobre um parente longínquo dele. Um urbanista que saiu daqui da Itabira do Matto-Dentro pra mudar a cara do Rio de Janeiro na segunda metade do século 19.

“O ANIVERSÁRIO DO BARÃO

Carlos Drummond de Andrade
(Jornal do Brasil – 01/05/1975)

Na íngreme Rua de Santana de Itabira, onde nasceu em 1º de maio de 1825, o garoto João Batista, filho de Maria do Carmo, ficou sendo, para toda a gente, o Batistinha. Mas o diminutivo não lhe conviria no correr do tempo e, ao morrer no Rio de Janeiro em 7 de agosto de 1897, era Barão.
Entre uma data e outra, João Batista fez coisas, muitas e determinantes de outras coisas, que influíram na vida de uma cidade, o Rio, e até na do país. Não foi à toa que se ligou ao dinâmico Mauá, em empreendimento como a estrada de ferro hoje chamada Central do Brasil. Seu espírito ávido de criação afastou-o cedo do pequeno meio paroquial, levando-o à capital do império. Na Corte, João Batista sentiu-se à vontade para planejar, fazer e acontecer.
Fez um bairro inteiro, onde havia o matagal da Fazenda do Macaco e hoje se refugiam os últimos traços do espírito genuinamente carioca: Vila Isabel. Abriu nele uma larga avenida, antecipadora das modernas vias de circulação urbana. E para que a vida nesse bairro não fosse uma sucessão escura de bocejos, presenteou-o com um parque de 800 mil metros quadrados, onde plantas e animais nativos e exóticos poderiam ser apreciados e se fariam estudos de zoologia e zootécnica.
Era uma novidade completa. Lotear terrenos pede visão comercial, instinto de lucro, mas João Batista queria combinar o lucro e senso urbanístico, o gosto da natureza e do lazer, como fórmulas de uma comunidade saudável. Não foi compreendido inteiramente. À certa altura, o jardim zoológico dava prejuízo. Teve de requerer à ilustríssima Câmara Municipal (por que as câmaras não são mais ilustríssimas? é uma pena) licença para estabelecer lá dentro jogos públicos sob fiscalização policial, a fim de honrar as despesas com manutenção e desenvolvimento da iniciativa, pioneira no Brasil.
Nasceu aí o Jogo do Bicho, instituição nacional, trazida por um mexicano, um tal Zevada, a princípio um mero atrativo para a freqüência do Zôo. Mas a coisa era tão bem bolada que acabou se espalhando fora dos portões do estabelecimento, e hoje cobre o país inteiro. João Batista não tem culpa nisso. Talvez seja mais correto dizer: não tem glória nisso. Pois enfim, o Jogo do Bicho, rotulado de contravenção penal, é tão querido do povo e tão radicado como hábito brasileiro, que o Governo se apresta para oficializá-lo, sob o título de Zooteca. (Tirando-lhe possivelmente o encanto do jogo espontâneo, livre, baseado na confiança que inspirem banqueiros e bicheiros).
Todos os biógrafos de João Batista fazem questão de lembrar que ele não foi absolutamente banqueiro de bicho nem inventor desse jogo imaginoso. Certíssimo. Mas se fosse o inventor, que mal haveria nisso? A inteligência criadora não precisa arrepender-se de uma concepção que dá alegria e esperança a muita gente, e que não é responsável pelos crimes derivados de sua prática. Vamos amaldiçoar o vinho, vamos proibir a uva porque muitos bêbados se arruínam e às suas famílias? Crimes e erros cometem-se à margem ou à sombra de quaisquer instituições, respeitáveis ou anódinas, e não bastam para condená-las; elas devem ser julgadas em si. O jogo inocente, que conquistou a simpatia de toda uma população, merece pelo menos indulgência, em vez de ser julgado por um moralismo hipócrita, cujas defesas se associam veladamente à sua exploração.
Mas deixemos de lado os bichos do Barão, hoje espalhados sobre todo o território pátrio. João Batista foi também partidário da Abolição, e deu o exemplo em casa, alforriando os seus escravos. Em política era liberal, pertencendo ao clã mineiro dos “Luzias”, isto é, ligado aos revolucionários de 1842, vencido mas não convencidos. Foi precursor de urbanismo, tendo como braço direito Bittencourt da Silva, projetista de sua Avenida 28 de Setembro. Co-proprietário dos JORNAL DO BRASIL. Empresário teatral, apresentou aos fluminenses a trágica Adelaide Ristori e o violinista Sarazte. Deu ao Rio de Janeiro uma linha de bondes. Um ano antes de extinguir-se a Monarquia, esta conferiu-lhe o título de Barão de Drummond.
Desculpem-me a modéstia de lembrar que hoje o meu primo-longe João Batista Viana Drummond, fundador da Vila Isabel de Noel Rosa e Marquês de Rebelo, está completando, lá do sem-fim, 150 anos de nascimento. Ter um primo barão cutuca a vaidade de clã. Os velhinhos da Rua de Santana, se fossem eternos, a esta hora estariam exclamando, embevecidos:
Sim senhor, o Batistinha, hem? como subiu!”

afro-brisa belorizontina d’aTRIPA…

Assunto: A brisa africana em BH

“Fala Mauricio, tudo tranquilo?

A saga do Morro do Castelo é bem parecida com o que tem acontecido ao longo dos anos com o cartão postal de Belo Horizonte. O dinheiro e a ganância estão botando abaixo o pico que simplesmente deu nome a cidade. Papelada pra lá, papelada pra cá mas o fato é que a qualquer momento desaba tudo e BH, assim como o Rio, pode começar a sentir o frescor da brisa africana sem impedimentos.

Segue uma matéria sobre o assunto… AQUI

Pelamordedeus, manda um Tom Waits no Ronca nos dizendo que é preciso “Aguentar firme” em Hold on

Abraços”

Thiago – BH

aTRIPA & o roNca (ou na alegria & na tristeza)…

Assunto: O ronquinha aquece meu coração.

“Salve salve querido Mauricio.
No dia 25/01/2019 a tristeza assolou nossos corações aqui em Brumadinho, a cidade ficou com o céu cinza, o cantar dos pássaros se abafou pelos vôos dos helicópteros que buscavam nossos queridos perdidos naquele mar de lama.
Perdemos referências, amigos e nosso meio ambiente. Quem ficou, renasce a cada dia, ás vezes fica difícil até escutar o ronquinha porque os olhinhos têm feito blu blu com muita facilidade, mas hoje ouvindo o #326 escuto a fala do Mujica sobre a vida e fico feliz, pois o que importa realmente é a vida.
Abraços,”
Elba

bibi, josé luiz & nandão…

Assunto: Bibi

“Quando você tocou a Bibi no # 325, parece que o Nandão ficou encantado com a capa do Lp.
Mostre a ele a capa da Revista A Noite Ilustrada, de 1947, que guardo aqui junto com outros quase 100 exemplares da mesma época.”

José Luiz

a bula do #326…

toots & the maytals – “54-46 that’s my number” (ao vivo / 1980)

sam cooke – “chain gang” (ao vivo / 1963)

sam cooke – “cupid” (ao vivo / 1963)

smack – “onde li”

siouxsie & the banshees – “christine” (demo)

siouxsie & the banshees – “happy house”

jimmy smith – “makin’ whoopee”

rolling blackouts coastal fever – “an air conditioned man”

jimi hendrix – “spanish castle magic”

jimi hendrix – “little wing”

jimi hendrix – “drivin’ south”

jimi hendrix – “all along the watchtower”

the prodigy – “startfire”

joe jackson – “battleground”

gonzaguinha – “guerreiro são joão”

ouça AQUI o programa